CÂMARA MUNICIPAL DE SALVADOR TERÁ NOVA ELEIÇÃO

 

A Câmara Municipal de Salvador deverá realizar nova eleição para a escolha do novo presidente da Casa. A data da eleição será definida tão logo sejam abertos os trabalhos legislativos na próxima segunda - feira,dia 2 de fevereiro, pela manhã, quando os vereadores recebem o prefeito João Henrique Carneiro, para ler a mensagem do Executivo e, consequentemente, em seguida dar início ao primeiro período ordinário da 16ª Legislatura do Poder Legislativo municipal.

A decisão de realizar a eleição foi tomada em consenso pelos vereadores e acordada pelo presidente, vereador Paulo Magalhães (DEM), que, apesar do parecer da Procuradoria da Câmara favorável à sua manutenção no cargo, decidiu pela convocação do novo pleito. "Nossa intenção foi a de manter a Câmara unida e centrada na defesa dos interesses de Salvador e da sua população. É importante que neste momento de crise mundial todos estejam voltados para melhor servir à cidade", disse Paulo Magalhães.

Nesse período de interinidade da presidência, em razão da renúncia do presidente Alfredo Mangueira (PMDB), dia 9 de janeiro, a Câmara Municipal manteve a rotina de trabalho, dando continuidade aos trabalhos administrativos e ao atendimento ao público. O presidente Paulo Magalhães despachou normalmente cumprindo a agenda diária que o cargo exige.

Ao anunciar a decisão adotada em comum acordo com a Mesa da Câmara, Paulo Magalhães ressaltou que o apelo feito pelo prefeito João Henrique em favor de nova eleição sensibilizou tanto a ele quanto os seus pares. "Mostramos que não temos apego a cargos e que o importante são os interesses da cidade". Ele fez questão também de anunciar seu apoio ao nome do vereador Alan Sanches (PMDB) para assumir a presidência do Legislativo municipal.

Também participaram da reunião os vereadores Gilberto José (PDT), 2º vice-presidente; Erivelton Santana (PSC), 3º vice-presidente; Sidelvan Nóbrega (PRB), 1º secretário; Orlando Palhinha, 3º secretário; e Paulo Câmara (PSDB), corregedor-geral. Logo após a reunião, o vereador Alan Sanches renunciou ao seu cargo na Mesa de 2º Secretário. Com isso, a nova eleição será para preencher dois cargos: a presidência e a 2ª Secretaria.

 Comentário:

O que está se vendo, por outro lado, é uma guerra de informações. Aproveitando uma derrapagem do candidato Alan Sanches, à presidência, dando conta que faria reformas profundas na estrutura administrativa, caso eleito, vereadores das outras facções emprenharam os ouvidos dos jornalistas, assegurando que o homem já estava querendo criar uma ditadura e que foi picado pela mosca azul. Na verdade, a partir do dia 2 de fevereiro, quando a Câmara entra em atividade, este será o clima reinante: muito barulho por nada.

Do Blog de Marcos Venâncio

 

DISCOS IMPERDÍVEIS

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Samba, rock e pandeiro para encarar a transformação do mundo

Marcos Venâncio

Veja todos os posts

O primeiro álbum dos Novos Baianos na gravadora Tapecar, já sem Moraes Moreira e depois de uma passagem turbulenta pela Continetal, Caia na estrada e perigas ver investiu no estilo samba, rock e pandeiro. A música "Brasileirinho", de Waldir Azevedo, é uma das marcas registradas do disco. Tem "Na banguela", "Ziriguidum" e "Biribinha nos Estates", sucessos que deram vida nova ao grupo. Clique para ouvir Caia na estrada e perigas ver

  MAIS SOBRE:caia na estrada e perigas ver

Bienal do livro cresce

A nona Bienal do Livro da Bahia, maior evento literário do estado, acaba de superar a edição realizada em 2007 no número de estandes de expositores comercializados. O crescimento representa um aumento de 20%, o que acabou contribuindo diretamente na integração de mais uma área dentro do Pavilhão de Feiras do Centro de Convenções. Com isso, a 9ª Bienal Bahia, que será de 17 a 26 de abril, já alcança um recorde de área de exposição.
 O crescimento, porém, era previsto, já que a área útil cresceu de 5,6 mil m2, na primeira edição, em 1996, para 16 mil m2 na última edição, em 2007, quando abrigou 350 expositores. Além de reunir expositores de todo o país, a Bienal do Livro da Bahia oferece palestras, lançamentos, sessões de autógrafos, programas de incentivo ao resgate do folclore brasileiro, visitação orientada para escolas e debates com importantes autores do cenário nacional.

Comentário
O único problema é que o evento tem mero caráter comercial. O organizador vende3 os espaços e as editoras vendem seus livros. Não existe um lampejo de apoio, descoberta ou divulgação dos autores que ainda buscam o reconhecimento. Ou seja: a bienal existe em sua nona edição, mas a literatura baiana está parada no tempo.

Do Blog de Aninha Franco

 

As lamúrias da cidade da Baía

 Aninha Franco

Milagres, eu conheço poucos: a 9ª Sinfonia criada por um homem surdo; o Moisés de Michelangelo que mora na igreja de San Pietro in Vincola (Roma); o poema Divina Comédia de Dante Alighieri, inventor do idioma italiano; Os Sertões de Euclides da Cunha, delator de que a guerra era genocídio; Os 120 dias de Sodoma do Marquês de Sade, ficção da inclinação humana; e mais um punhado (pequeno) de outros, porque o resto é resultado do trabalho duro a que fomos condenados desde a farra da maça. Sem trabalho, nada prospera. E sem cobrança, não há trabalho. Como existem milhares de funcionários contratados pelos 36 por cento de impostos recolhidos, compulsoriamente, das nossas folhas, bolsas, carteiras e trousses, é passada a hora de cobrar pelo trabalho, aproveitando o começo do ano. A cidade está lamurienta, é o que eu ouço, vejo, percebo, e, ao contrário de há 40 anos, quando o AI-5 não deixava, e, ao contrário de há 20 anos, quando essa relação quase sexual entre os veículos de comunicação e os seus consumidores nem era sonhada, agora tem espaço pra suplicar, pedir, sugerir e exigir sem parar, por e-mail, carta, telefone ou pessoalmente, o cumprimento do dever. É a operação Tamandaré. A Bahia espera que cada um cumpra o seu dever.

Talvez esse hábito de falar por trás, esse nefasto disse-me-disse tenha crescido nesses quatro séculos de não falar, desses três (1549 a 1899), de que quem falou, morreu. Desse século dos 1900 a 1986, metade perdido com ditaduras autoritárias. Mas acabou. Gestores públicos são funcionários privilegiados com salários, carros, motoristas, e um pouco dos vales-tudo que eles criam para eles mesmos, pagos por nós. Quem recebe pra legislar tem que legislar. Quem recebe pra executar tem que executar. Quem recebe pra julgar tem que julgar. Ajoelhou, tem que rezar, e nada de parar as nossas vidas ou as vidas das instituições em nome da burocracia.

Se burocracia servisse pra alguma coisa, não existiria corrupção no Brasil. Reclame e, quando reclamar, lembre de Lady Kate: tô pagano... Lembre, também, que o tempo na casa de Madame Sofia acabou...

 

Do Blog de Paixão Barbosa

 

POLÍTICA & CIDADANIA

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PMDB nega ansiedade por vitórias

Paixão Barbosa

 
O presidente do PMDB estadual, Lúcio Vieira Lima, garante que o seu partido não está assim tão ansioso por vitórias, como afirmei no post "Prefeito oferece a saída" (veja abaixo), e que desde a aliança firmada em 2006, que resultou na eleição de Jaques Wagner para o Governo do Estado, os peemedebistas sempre cumpriram sua parte e abriram mão de várias disputas em nome da boa convivência (citou como exemplos as eleições, em 2007, na Assembleia Legislativa, na UPB e até no Tribunal de Contas do Estado).

 Ele lembra que, desde então, a única disputa real entre PMDB e PT se deu agora na eleição da UPB, quando Roberto Maia (peemedebista e prefeito de Bom Jesus da Lapa) derrotou Luis Caetano (petista de Camaçari). Observa que, neste caso, foi o PT quem se lançou na disputa indevidamente, uma vez que a postulação natural seria do PMDB porque elegeu 115 prefeitos e obteve 1, 7 milhão de votos em 2008. E explica que na disputa atual pela presidência da Assembleia, o PMDB não está contra o PT e sim contra a reeleição de Marcelo Nilo, que é do PSDB, "tanto que se o PT lançar hoje qualquer nome, nós o apoiaremos".

Geddel marca Wagner homem a homem

     Menos de uma semana depois que o governador Jacques Wagner inaugurou o Estádio de Pituaçu e confraternizou com a torcida do Bahia, o ministro Geddel Vieira Lima faz uma jogada inteligente, mostrando que está mesmo nos calcanhares do governador (isso um dia depois do PMDB ganhar do PT a disputa pela União dos Pefeitos da Bahia). Veja a notícia quente, chegada agora, na hora:

 O Esporte Clube Bahia ganhou um forte aliado no esforço de tornar o time competitivo e capaz de voltar à primeira divisão: o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima. Torcedor do Bahia, o ministro pediu ajuda para o tricolor em encontro na manhã desta quinta-feira (29/01) com o presidente da FIFA, Joseph Blatter, e o presidente da CBF, Ricardo Teixeira.

 "Tivemos uma conversa produtiva e de muita cordialidade que vai gerar em pouco tempo resultado para o Bahia, a torcida pode ficar certa disso", afirmou Geddel Vieira Lima depois do encontro. Ele fez questão de frisar que está de portas abertas para ajudar qualquer outro clube. "Antes de torcedor do Bahia, sou um homem público da Bahia com disposição para ouvir e atender todas as torcidas", disse o ministro que foi acompanhado à reunião com o presidente do Bahia, deputado Marcelo Guimarães (PMDB/BA).

 A realização de um jogo da seleção brasileira no Estádio de Pituaçu também foi pauta da conversa e começa a ser organizada nos próximos dias, quando Ricardo Teixeira irá a Salvador inspecionar o estádio e determinar os ajustes a serem feitos para Pituaçu conquistar as condições de sediar o jogo. Na mesma viagem, o presidente da CBF tratará com Marcelo Guimarães as demandas do Bahia.

 A reunião, ocorrida em Brasília, resulta de uma série de gestões feitas pelo prefeito de Salvador, João Henrique, em torno dessas propostas e também após telefonemas do ministro ao governador Jaques Wagner. "Reconhecemos todos a força do Bahia e sabemos o quanto o time é capaz de estimular o esporte no estado. Além de torcer estou trabalhando para isso", afirmou Geddel Vieira Lima

 

Deu no Pátria Latina

  www.patrialatina.com.br

 BRASÍLIA, 29 DE JANEIRO DE 2009

 Forum Social Mundial 2009

Debate dos cinco presidentes será ponto alto do Fórum

Os presidentes do Brasil, Venezuela, Paraguai, Equador e Bolívia começaram a chegar em Belém para participarem conjuntamente da mais importante ativid... Leia Mais

 

  Mídia

Por que a mídia privada não consegue ver o FSM?

A mídia mercantil é um caso perdido para a compreensão do mundo contemporâneo. Não por acaso a crise atual a afeta diretamente. Não tardará para que c... Leia Mais

 

 

Equador

Indígena assume presidência do quinto poder equatoriano

Quito (Prensa Latina) O indígena Julián Guamán foi eleito hoje presidente do novo Conselho de Participação Cidadã e Controle Social, considerado aqui... Leia Mais

 

 

 Bolívia

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Nações Unidas (Prensa Latina) A Bolívia chamou à comunidade internacional a trabalhar juntos pelo fortalecimento da democracia nesse país andino. O e... Leia Mais

 

 

 

 

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Bogotá (Prensa Latina) Recursos por 300 bilhões de pesos (uns 150 milhões de dólares) anunciou esta semana o presidente Alvaro Uribe para estimular a ... Leia Mais

 

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Washington (Prensa Latina) O número de detenções de imigrantes em batidas em centros de trabalho aumentou nos últimos quatro anos, revelou hoje um rel... Leia Mais

 

  

 Brasil

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Política

Sarney enrola Lula e abala PT

Vai ficando evidente que o ex-presidente, senador José Sarney(PMDB-AC) deu uma tremenda manobrada, espetacular, em cima do presidente Lula, no episódi... Leia Mais

 

 

 

 Artigo

NOAM CHOMSKY: Iraque, Paquistão, Afeganistão, desafios de Obama

os guerras e conflitos militares no Iraque, Afeganistão, Paquistão, Oriente Médio e África farão parte da pauta de debates do Fórum Social Mundial. Em... Leia Mais

 

 

 

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 ECONOMIA

 

*Crise econômica na mira do Foro Social Mundial

 

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*Queda histórica do peso mexicano frente ao dólar

 

*A Justiça chama a comparecer o ex-presidente de Merrill Lynch

 

 

 

TURISMO

 

*Feira Internacional de Turismo de Madri

 

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*Baía de Todos os Santos mostra novos roteiros e atrativos

 

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 CULTURA

 

*Omara Portuondo recebe Prêmio Comodoro de Cristal

 

*SALVADOR: Grupo Caboco Capiroba no Pelourinho

 

*Carta aberta a Cesária Évora, a diva dos pés descalços

 

*França anuncia seus candidatos aos César de cinema

ARTIGO

 Silêncio da Bahia sobre Caramuru

 Tasso Franco

   Este ano e mês completa-se 500 anos da chegada do português Diogo Alvares à Bahia, mais precisamente a Mairiquiiniq (Mariquita) no Rio Vermelho onde naufragou (ou teria sido deixado pelos franceses), em 1509, para se tornar um dos personagens mais importantes da história no Estado. Infelizmente, com esse novo viés da cultu

Tasso Francora baiana onde tudo é afro, ao que sei, aliás como aconteceu com os 200 anos da chegada da Corte Portugesa à Bahia, a data está passando em brancas nuvens.

   É lamentável, triste e inaceitável que isso aconteça. Talvez por falta de desconhecimento da história aos atuais gestores da cultura no Estado, extensivo a segmentos da iniciativa privada - colégios, universidades, instituições e outros - a reverência a Diogo Alvares, o Caramuru, o maior mito baiano e brasileiro, esteja relegada a um plano inferior. Tão inferior que, sequer, existe na cidade do Salvador uma mínima homenagem à sua personalidade.

  O Largo da Graça onde ergueu o primeiro templo católico no Brasil, em 1529, a Capela de Nossa Senhora da Graça, hoje Igreja da Graça e Mosteiro Beneditino, local onde está sepultada sua esposa, Catarina Paraguaçu tem o nome de um médico que teve uma fugaz passagem por Salvador. O que se há de fazer? Nada. Engolir a seco essa incompetência generalizada com a Memória da Cidade do Salvador que não respeita suas figuras lendárias e sua história.

  Quer outro exemplo: a Rua Direita do Palácio, mais conhecida como Rua Chile, é a mais antiga rua do país, mas, comemorou recentemente 100 anos. Parece até piada, porém, foi o que aconteceu. Quem traçou e abriu aquela rua foi o mestre-de-obras Luis Dias da comitiva de Tomé de Souza, em 1549, sendo a mais antiga do Brasil. Ai trocaram o nome para Rua Chile, numa insanidade mental devido à presença de navios chilenos no Porto, e assim continua até hoje.

  Não duvidem se passar uma esquadra da Venezuela e/ou da França, já que se comemora o ano França no Brasil, e receber um novo nome. Nesta cidade do Salvador tudo é possível, ainda mais agora.

  A presença de Diogo Álvares, o Caramuru, é tão emblemática que foi ele (com Catarina Paraguaçu) os responsáveis pelas primeiras miscigenações nacionais, a mistura racial do europeu com o tupinam-bá, gerando a mestiçagem inicial da Bahia reforçada anos depois com os africanos.

  Se considerarem que isso é pouco foi Caramuru o primeiro europeu a casar-se com uma tupinambá numa igreja católica, na Europa, em Saint Malo, no Noroeste da França, em 1528, com papel passado e tudo na Basílica de São Vicente. É um fato relevantíssimo para a história do país, embora, o MINC, em 2008, quando promoveu o ano do Brasil na França desconheceu completamente esse assunto por pura ignorância e o ministro e o secretário-geral eram da Bahia, Gilberto Gil e Juca Ferreira.

  Diogo Álvares é responsável pela maior lenda nacional - Caramuru, o Deus do Trovão - ainda hoje e após 500 anos muito forte na memória popular brasileira. Foi graças a isso que surgiu um dos poemas épicos mais respeitados do país e também foi graças a Caramuru que aconteceu a guerra tupinambá contra o primeiro donatário na Bahia, Francisco Pereira Coutinho, o Rusticão.

  Os descendentes de Caramuru - filhos, netos, bisnetos, tataranetos - comandaram a Bahia e o Nordeste por 300 anos consecutivos e bancaram a Guerra da Independência da Bahia, os Albuquerques, os Aragões, os D'Ávila e outros. E veja que, por representação popular do imaginário baiano são eles os heróis da festa do 2 de Julho configurados nos carros da cabocla e do caboclo, Catarina e Caramuru, reverenciados pelo povo como figuras míticas embora, muitos não conheçam a sua história. E, está no Campo Grande, o símbolo mais importante da cultura mítica popular baiana na expressão "chorar no pé do caboclo" que é uma coisa única no país.

  Ou seja, chorar nos pés da história, chorar nos pés de Diogo Álvares, o qual, embora portugues e esteja merecendo todas as homenagens em sua terra natal, Viana do Castelo, em Portugal, em Salvador, onde é caboclo, deus do trovão, pai inicial da pátria Bahia na pré-colonização é tratado como um joão-ninguém. Hoje, assume a Fundação Gregório de Mattos, o órgão oficial da Prefeitura, o jornalista e poeta Antonio Lins. Se conseguir resgatar a figura do Caramuru entra para a história. Caso contrário, passará ao largo falando de descentralização cultural.

  Respeitem, pois, a memória de Diogo Alvares, o Caramuru.

  * Tasso Franco é jornalista

 

Do Blog de Paixão Barbosa

 

POLÍTICA & CIDADANIA

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Futura aliança em risco

Paixão Barbosa

 
Como alertei há alguns dias, a aliança entre PMDB e DEM ainda nem se concretizou mas já corre perigo, ante a disposição das duas legendas de não abrirem mão da Presidência da Cãmara Municipal de Salvador, vaga desde que o vereador Alfredo mangueira, o Breve, renunciou depois de apenas oito dias no cargo. O curioso é que, nesta disputa, o PT está unido ao PMDB na reivindicação para que haja uma nova eleição e contra a manutenção do vice-presidente Paulo Magalhães Júnior (DEM) na vaga do renunciatário.

 Cauteloso e talvez tentando uma saída que não provoque um conflito maior, o deputado ACM Neto (DEM) diz que vai conversar com o prefeito João Henrique (PMDB) e não com a direção peemedebista sobre o assunto. É claro que ele sabe que Joao Henrique seguirá a posição do partido, até porque o Poder Legislativo (Câmara) não é da alçada do Poder Executivo (pelo menos teoricamente). Mas o que ele busca é uma forma de desviar o caminho da discussão para evitar a trombada com quem vem na mesma direção.

 Mas, assim como no caso da UPB (veja post abaixo), seja qual for a solução, ficarão pedregulhos que terão quer ser afastados para o caso de se desejar concretizar mesmo esta aliança para 2010. Por enquanto, só críticas veladas e queixas soturnas sobre o tratamento que o PMDB dá aos aliados. Depois, isto pode crescer.

 

POLÍTICA

Bacelar responsabiliza governador pela falência da Segurança Pública

 O deputado João Carlos Bacelar (PTN), vice-líder da Oposição na Casa, responsabilizou o governador Jaques Wagner pela grave crise na Segurança Pública, lembrando que o chefe do Executivo é quem determina quais são as prioridades de sua gestão e a destinação orçamentária para a manutenção e o desenvolvimento de projetos em cada pasta. "Diversos deputados apontaram o secretário da Segurança Pública César Nunes como o responsável pela crise no setor, mas a responsabilidade do que ocorre na Segurança Pública não é do secretário, mas do governador Jaques Wagner que não prioriza a Segurança Pública em seu governo, impedindo que o secretário implemente uma política de segurança na Bahia e venha reverter o quadro de violência no estado", afirmou.

 Para comprovar o desprezo do governo com a Segurança Pública, Bacelar lembrou que os investimentos no setor estão caindo no governo do PT. Em 2006, foi destinado do orçamento do Estado, 11,71% para a Segurança Pública; em 2007, o orçamento caiu para 11,12%; em 2008, este valor caiu novamente para 10,87% e para este ano de 2009, o total cai para 10,09%. "Dos planos de investimentos em equipamentos e armamentos, só obtivemos notícia de que o estado adquiriu cerca de 250 viaturas, das quais as primeiras 201 só chegaram em julho de 2008, ou seja um ano e meio depois de iniciado o governo. Nunca mais se teve notícia da aquisição de viaturas pelo estado. Neste mesmo dia, o governador prometeu reequipar as polícias Civil e Militar e qualificar a mão de obra, coisa que não vimos até hoje. Temos visto diariamente a imprensa denunciar a superlotação nas cadeias públicas. Hoje mesmo, fizeram uma visita à delegacia do município de Luís Eduardo Magalhães e a � �nica viatura existente na delegacia está há mais de um ano com os pneus furados e em duas celas com capacidade para 12 presos, abriga 64 detidos. Lá, faltam delegados plantonistas, agentes, e escrivães. Esse é o retrato do abandono da Polícia Civil em todo o estado", enfatizou o parlamentar.

 O deputado ressaltou ainda que o Estado possui 866 delegados, enquanto a necessidade real é de 1.200 delegados e que existem 99 concursados e já qualificados pela Academia de Polícia Civil (Acadepol) e que aguardam há mais de um ano pela nomeação. "Há uma defasagem de 334 delegados, 127 municípios sem delegados, enquanto existem 99 delegados qualificados aguardando nomeação. Nada disso depende do secretário da Segurança Pública, mas dos despachos do governador que não recebe seus auxiliares diretos e, por isso, não sabe das carências de cada secretaria porque ele não convive com a insegurança diária das ruas", disse o deputado, lembrando ainda que, para se ver livre da violência, o governador anda de helicóptero, tem carro blindado, segurança particular da Polícia Militar. "Hoje, a Polícia Civil tem cerca de 7 mil agentes, enquanto o ideal é quase o dobro para a população do estado", completou.

 Ainda segundo Bacelar, a situação se repete na Polícia Militar. "São 30 mil PMs e um estudo aponta uma carência de 15 mil homens a mais para chegar próximo ao ideal. Além disso, as unidades - justiça seja feita, tirando as especializadas como Rondesp - estão em situação precária. Faltam viaturas, os coletes a prova de balas estão vencidos, os armamentos são ultrapassados e insuficientes para fazer frente à criminalidade. Até mesmo os colchões dos policiais estão velhos, e os alojamentos parcialmente destruídos. Não se dá dignidade nem para o policial trabalhar e isso é responsabilidade do secretário? Não! É da falta de política de estado para a Segurança Pública que é de responsabilidade do governador que não prioriza o setor", afirmou o deputado.

  Luiz de Deus  pede pelos Delegados concursados

 O deputado Luiz de Deus (DEM), 2º Secretário da Mesa Diretora na Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, fez um duro discurso contra o atual governo do Estado. Na oportunidade o Deputado pede pela contratação dos Delegados de Polícia que fizeram concurso público no ano de 2006 e aguardam as nomeações.

 O deputado pede também que o governo desça do palanque e faça concursos públicos, pois, segundo o parlamentar, o governo ainda não realizou nenhum neste mandato. Luiz de Deus aproveitou para pedir "mais agilidade por parte do governo do Estado e que o governo faça mais pela sociedade baiana".

 

Deu no Pátria Latina

www.patrialatina.com.br

BRASÍLIA, 27 DE JANEIRO DE 2009

 

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Ate quando?

 Beto Almeida

Quando ler jornal faz mal ao fígado

Turismo e violência

 A região turística Baía de Todos os Santos apresentará seus produtos, roteiros e serviços turísticos de 4 de fevereiro a 8 de março, das 8h às 18h, no Serviço de Atendimento ao Turista do Pelourinho. Essa é a segunda zona turística exibida pelo projeto BAHIA MOSTRA BAHIA, que na sua primeira edição (realizada em DEZ/JAN) apresentou a Costa dos Coqueiros. Desta vez, estarão presentes as rendas de bilro e o doce de banana na palha de Ilha de Maré, a cerâmica de Maragojipinho e Coqueiros, as delícias da culinária de Maragojipe e os novos roteiros terrestres e náuticos estarão entre os destaques da mostra.
    Se você pensar bem, será um momento ideal para perguntar aos promotores, responsáveis pelo turismo na Bahia, o que vai acontecer de novo para proteção aos turistas. Nem é bom lembrar que velejadores que apoitam na Ilha de Itaparica estão sendo assaltados e agredidos dentro dos barcos e que os ônibus de turismo viraram a galinha dos ovos de ouro dos bandidos. Triste realidade para uma Bahia que tem no turismo um dos seus pontos fortes na geração de emprego.

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do novo estádio de Pituaçu

 

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Senadores baianos gastam

R$ 466 mil com verba indenizatória

 

Política

Ação tenta reaver R$ 600 mil pagos

a servidora fantasma do gabinete de ACM Júnior

 

Salvador

Artesãos baianos exibem

e vendem peças no Salvador Shopping

Geral

Bahia cumpre agenda de promoções no exterior

 

Agricultura

Banco do Nordeste recebe adesões ao PAC do Cacau

 

Nacional

Ministérios querem ampliar

ações de programas sociais no Nordeste

 

Cultura

A hora e a vez da "guitarrinha"

 

Artigo

Ricardo Kotscho:

Há 25 anos o Brasil se reencontrava

 

Economia

Luis Nassif: As barbeiragens do Banco Central

 

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Bolívia: pesquisas indicam vitória

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Documentários analisam

motivação de Bush em guerras

 

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A paz do "fósforo branco" que desafia Barack

 

 

Municípios

Documentos e máquinas somem das prefeituras

 

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O STF e a verdade histórica

 

Jolivaldo Freitas

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Política

Ação tenta reaver R$ 600 mil pagos

a servidora fantasma do gabinete de ACM Júnior

 

Salvador

Artesãos baianos exibem

e vendem peças no Salvador Shopping

Geral

Bahia cumpre agenda de promoções no exterior

 

Agricultura

Banco do Nordeste recebe adesões ao PAC do Cacau

 

Nacional

Ministérios querem ampliar

ações de programas sociais no Nordeste

 

Cultura

A hora e a vez da "guitarrinha"

 

Artigo

Ricardo Kotscho:

Há 25 anos o Brasil se reencontrava

 

Economia

Luis Nassif: As barbeiragens do Banco Central

 

Nossa América

Bolívia: pesquisas indicam vitória

do 'sim' no referendo constitucional

 

Mundo

Documentários analisam

motivação de Bush em guerras

 

Especial

A paz do "fósforo branco" que desafia Barack

 

 

Municípios

Documentos e máquinas somem das prefeituras

 

COLUNISTAS

 

Altamiro Borges

Os 25 anos do MST e o ódio da Folha

 

Antonio J. Larangeira

Como Você Nunca Viu

 

Fidel Castro

O décimo primeiro presidente dos Estados Unidos

 

Helio Fernandes

Hillary Clinton

 

Sebastião Nery

O boi-bumbá do Senado

 

Emir Sader

Bolivianos votam nova Constituição

 

Daniel Thame

O rapaz de Ilhéus e a moça do posto

 

Frei Betto

O STF e a verdade histórica

 

Jolivaldo Freitas

Tô indo mijar

 

Do Blog de Paixão Barbosa

 

POLÍTICA & CIDADANIA

A festa foi bonita. E agora?

Paixão Barbosa

 Foi bonita a festa e a torcida tricolor ficou em êxtase. Tão entusiasmada que nem respeitou a seriedade do Hino Nacional e continuou gritando enquanto a banda se esfalfava no gramado. Pituaçu também parece ter feito bem à equipe do Bahia, que há muito tempo não tinha uma vitória tão convincente.

 Mas, por outro lado, todos os inconvenientes apontados pelo Ministério Público deram o ar da graça, antes, durante e depois da partida. A Avenida Paralela ficou caótica, o trânsito parou porque a Polícia Militar teve que interferir para que a multidão passasse sem risco de ser atropelada. Os vizinhos protestaram, e muito, ante os transtornos que sofreram. Está provado que pelo menos a passarela sobre a Paralela é imprescindível e que alguma coisa precisa ser feita na Avenida Pinto de Aguiar.

 E agora? O Ibama saiu da parada, a pedido, e a bola está com o Ministério Público. A torcida do Bahia, que não tem nada a ver com isto, festeja e quer festejar mais ainda nos próximos finais de semana. As autoridades precisam se entender, com urgência, para uma solução definitiva, sem o "jeitinho" que marcou a reinauguração de Pituaçu.  

Tem bandido. Falta polícia

Emelhos enviados por morador da avenida Ferreira - não diz qual o bairro em que está localizado - pedem socorro. Um traficante de nome Wadson matou o policial de nome Melo e ainda está solto, andando normalmente na área. Ele consegui também criar um grupo (Gutierrez, Flávia,  Lazinho e outros) que atemoriza os moradores. No sábado eles se reuniram na casa de um morador para definir sobre sua vida.

  Uma senhora, moradora da casa 11, havia pedido ajuda a todos do local para ver se livrava sua filha da influência de Adson, mas ela se entregou ao bandido. E pior: delatou todas as pessoas que estavam ajudando sua mãe. Agora Adson está visitando a vizinhança, fazendo ameaças. O povo quer a polícia dando proteção. Expulsando o marginal. Uma situação de pânico, pois ninguém tem coragem de colocar a cara nem na janela.

OPINIÃO

 

Publicado em A Tarde - 24.01.2009

 MPE desmascara Maracajá

NESTOR MENDES JR.

 "Há homens que lutam a vida inteira e são imprescindíveis".

 Tomo os versos do dramaturgo alemão Brecht para saudar os membros do Ministério Público da Bahia. No fundo, são as vozes do cidadão, que, em geral, se sente impotente diante do sistema construído justamente para favorecer os poderosos - os políticos e os donos da grana.

 E, neste espaço, felicito a bravura do MP baiano na figura de dois dos seus integrantes, os procuradores Rita Tourinho e Carlos Frederico Brito dos Santos. Graças ao empenho e coragem pessoal dos dois, caiu oficialmente um dos maiores "muros" da Bahia: o que ocultava, embora até mesmo todas as pedras seculares do Pelourinho soubessem, a dupla função de Paulo Virgílio Maracajá Pereira.

 Sem meias-palavras, o inquérito civil, instaurado pelo MP estadual em junho de 2008, concluiu que o conselheiro exercia paralelamente à função pública a "atividade clandestina de cogestor de uma instituição privada, no caso o E.C. Bahia". "Utilizando-se de 'testas-de-ferro' que atuam como 'gestores de fachada', o conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios, Paulo Maracajá, exerce, de fato, a gestão do Esporte Clube Bahia, em violação à Lei Orgânica dos Tribunais de Contas do Estado da Bahia e afrontando princípios constitucionais da administração pública, especialmente os da legalidade e da lealdade às instituições", apontou o relatório do MPE.

 As acusações e provas, em sua grande maioria, foram produzidas pelo próprio "eterno presidente" ou, para alguns, "grande coveiro", do Bahia. Escudado na impunidade e, também, na capacidade que tinha em comprar as vozes de alguns radialistas, o investigado não se dava nem ao trabalho de esconder suas atitudes. É o típico caso em que o processo é mais uma peça de autoacusação.

 Em depoimento para o livro Bora Bahêeea!, do jornalista Bob Fernandes, publicado em 2003, Maracajá debochava: "Existem, em todos os setores, os bons e os maus. Existem excelentes dirigentes e maus dirigentes. Cada um deve pagar por aquilo que fez. Todos os dirigentes, que são homens públicos, têm de ter sigilo bancário quebrado, têm de ser investigados, têm de informar o patrimônio... Daria em branco. Homens públicos têm de estar sujeitos a perguntas, a investigações". Quando, enfim, por conta deste inquérito no MPE, a Justiça baiana determinou a quebra do seu sigilo bancário e fiscal, ele mudou de opinião, impetrando um mandado de segurança e obtendo uma medida liminar para impedir a investigação de sua vida financeira.

A conclusão do inquérito do MPE não deixa dúvidas: "O grau de intromissão do agente público Paulo Maracajá na administração do E.C. Bahia é realmente colossal, a ponto de podermos afirmar que, com um 'aficionado' tão onipresente e dedicado, o clube não precisaria de presidente...". Cópia do inquérito civil foi encaminhada para o TCM e para a Promotoria de Justiça de Combate à Improbidade Administrativa.

___________ ❚ Jornalista, autor de Bahia Esporte Clube da Felicidade - 70 Anos de Glórias

Pituaçu e esquizofrenia

Jolivaldo Freitas

A Justiça liberou o Estádio de Pituaçu, que agora, por pirraça do PT à memória de ACM, volta a se chamar Estádio Roberto Santos (e e o ex-governador e professor merece a homenagem de verdade). Uma maluquice o negócio de liberar por um jogo. Se pode autorizar um, poem ser autorizados muitos outros. Se não dá para ter outros jogos, também não dá para um jogo. É esquizofrenua pura do governo estadual, do Ministério Público e do MP. O Bahia anda mesmo numa maré de azar que ainda vai durar longo tempo. 

Do Blog de Paixão Barbosa

POLÍTICA & CIDADANIA

 Pituaçu: jeitinho brasileiro em ação

Paixão Barbosa

 Com todo o respeito que merece a torcida do Esporte Clube Bahia, sem dúvida a mais fiel do Brasil, a decisão que se tomou, de liberar o Estádio de Pituaçu por apenas um jogo faz muito mais mal do que bem. Foi uma decisão baseada somente no desejo de não frustrar a grande massa e de não deixar mal as lideranças que têm garantido que haveria o jogo neste domingo, marcando a reabertura do estádio, após uma reforma que se prolongou por muito mais tempo do que o desejado e com custos muito acima dos planejados.

 Afinal, se o Ministério Público está certo e há irregularidades legais, o estádio não poderia ser aberto ao público. O princípio maior, em países dito civilizados, é o respeito à legalidade. Sem isto, não há como punir qualquer pessoa que cometa um crime, pelo princípio do tratamento igualitário. Como dizia meu velho pai, "seo" Laudelino, lá em Coaraci, "onde passa um boi passa uma boiada" e se o local pode ser liberado para uma partida porque não para todas as demais?

 O foco não deveria ser a satisfação da torcida tricolor - e bem que ela merece uma satisfaçãozinha, depois de tantos tormentos - mas sim definir se foram cometidos ou não crimes ambientais, se há ou não estrutura no entorno para suportar um grande afluxo de público e se há ou não segurança para a realização, ali, de eventos esportivos de massa. São perguntas que deveriam ter sido respondidas há muito tempo, o que evitaria estarmos, agora, nesta situação-limite.

 A solução encontrada foi a do "jeitinho brasileiro", que traz no seu bojo a ideia da falsa malandragem nacional e de que a lei só existe para alguns. Depois se queixam de que no Brasil, a impunidade é a tônica. Com exemplos assim, só pode ser mesmo. 

  

AVALIAÇÃO: Boa 1 voto 

 

Brasília des(cons)truída

Por Marcelo Torres*
 
A construção de Brasília foi um fato épico, uma epopéia que mereceria registro numa narrativa para o cinema e a literatura. A grande aventura humana no coração do Brasil nasceu de uma profecia, que virou sonho, que se transformou em idéia, que virou cidade, numa história que tem santo, presidente, arquiteto e os candangos construtores.                
 
Mas Brasília parece já ter nascido sob uma maldição que a condena a pagar para todo o sempre o 'pecado original' de ter substituído o Rio de Janeiro como capital do país. Como poderia o Brasil tirar sua sede do litoral civilizado, da cidade maravilhosa, cheia de encantos mil, e construir uma  capital no interior, no mato selvagem?  
 
Esse 'pecado original', esse estado de culpa forjou um outro fato, mas não tão épico: a desconstrução de Brasília, um processo midiático que, embora não seja ação orquestrada entre supostos inimigos da cidade, se concentra em revelar a podridão da sede do poder, ignorando tudo que em Brasília é singularmente bom, humano e civilizado.  
 
Na imprensa, quase toda concentrada no litoral, a facilidade em escancarar o negativo contrasta com a má-vontade em noticiar fatos positivos do lugar. Se um político, vindo de outra cidade, joga papel no chão, a notícia não contextualiza, faz parecer que isso aqui é regra, quando é uma desonrosa exceção.      
 
Em janeiro, a mídia brasileira informou que Paris proibira o fumo em locais fechados. Ora, em Brasília há muito tempo é proibido fumar nesses locais; aqui ninguém fuma dentro de bar, restaurante, shopping, órgão público, boate; os jornalistas das sucursais da 'grande imprensa', fumantes ou não, sabem disso, mas o país não sabe.
 
Em maio de 2004, a imprensa repercutiu a notificação que o então mi nistro Ciro Gomes recebera por fumar em órgão público. Mas a notícia, como sempre, não contextualizava, se prendia à reação do ministro, para mostrá-lo como 'pavio curto', ocultando a informação de que, em Brasília, ao contrário das demais cidades brasileiras, essa lei é cumprida.
 
 
Vista sob o enganoso rótulo do "Você sabe com quem está falando?", recheada de estigmas desabonadores, a cidade que para a Unesco é um Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, para a maioria dos brasileiros simboliza uma dívida impagável, um pecado capital, a maior de todas as vergonhas nacionais.
 
Em qualquer lugar deste país ouve-se dizer que "Brasília é solidão, frieza, corrupção, custo de vida alto". Os brasileiros, até mesmo aqueles que não conhecem Brasília - e mais de 150 milhões não a conhecem -, possuem uma imagem já pré-concebida, negativa, rotulada, estigmatizada sobre a cidade.
 
O país inteiro ficou sabendo que, em Brasília, o filho de um então ministro, dirigindo sem habilitação com a cumplicidade do pai, atropelou e matou um pedestre; mas ninguém no país sabe que em Brasília os motoristas respeitam rigorosamente a faixa de pedestres - e olha que são 2,5 milhões de habitantes, 1 milhão de veículos e 5.000 faixas.
 
O Brasil não sabe que, aqui, buzinar é um atentado social. Nas entradas da cidade há placas com o aviso: "Senhores visitantes, aqui nós não costumamos buzinar". Aqui, às duas horas da madrugada é possível ver um carro parado diante do sinal vermelho, mesmo sem câmera, mesmo sem carro na outra pista (transversal).
 
Os motoristas brasilienses, com raras exceções, sabem quando entrar num 'balão' (rotatória) e, em geral, têm o senso de respeito à preferência do outro motorista, coisas raras em outras cidades brasileiras, inclusive naquelas que têm menos veículos e habitantes que Brasília.    
     
A cidade é uma floresta urbana: 120 metros quadrados de área verde por habitante (dez vezes o parâmetro da Organização Mundial de Saúde), 50 milhões de metros quadrados de grama e quatro milhões de árvores, quase duas árvores para cada habitante.  
 
Mas o que os brasileiros guardam sobre Brasília são estigmas, rótulos, estereótipos. Num país de memória curta, que esquece dos saques e massacres contra 30 milhões de indígenas, alguém sempre lembra que "Em Brasília queimam e matam índio", como a culpar todo um povo, uma cidade inteira.  
 
O brasileiro, que não lembra em quem votou, também esquece que 98,84% dos congressistas representam os estados - o Distrito Federal só elege oito dos 513 deputados e três dos 81 senadores. Os políticos (98%) não vivem, não votam, não moram em Brasília (chegam na segunda e voltam na quinta-feira). Mesmo que fossem moradores, não passariam de 0,02% da população local.      
 
Singular e plural, Brasília é a síntese do país. Aqui estão os cheiros, as cores, as vozes do Brasil. Gentes de todas as partes do país fazem esta ser uma cidade de muitas cidades. Brasília, com suas retas e curvas, balões e tesouras, sol e chuva, matos e blocos, é um templo de pluralidade, uma colcha de retalhos da identidade nacional, um caldeirão de gentes, idéias, culturas e sotaques.   
  

* Marcelo Torres
Jornalista, cronista, baiano, torcedor do Vitória, mora-trabalha-e-se-diverte-em-Brasília - Blog http://marcelotorres.zip.net
* Caso você não queira receber mais,é só dizer (respeitarei sua opção e seu direito)

Polícia e frouxidão

 JOLIVALDO FREITAS

 O secretário da Segurança Pública, César Nunes, praticamente confirmou aquilo tudo que se suspeitava da polícia baiana: é frouxa. Tem medo de enfrentar bandido, faz de conta que vai para a campanha, mas fica no faz-de-conta.
Liga a sirene, invade sinaleira, exibe as armas de grossos calibres das janelas das viaturas, acende o giroflex, faz todo o mise-en-scène e... se esconde. Fica por trás do muro dando tiros a esmo, ao léu, como se fossem fogos na festa de São João.

 O secretário disse aqui, nas páginas de A TARDE, que o policial que estiver com medo pode chamá-lo que sai junto para a ação. Ou seja: é preciso que a mais alta autoridade policial do Estado tenha de colocar no colo, proteger e dar guarida àqueles que deveriam dar segurança para todos nós. Se a polícia está com medo, imagine a população. Mas também não é fácil ter coragem numa cidade em que já morreram mais de 60 pessoas apenas neste início de ano. Só estamos perdendo para a guerra irada de Israel com o Hamas.

 Embora esteja criticando a frouxidão dos policiais que se recusam a entrar nos bairros mais cavernosos, para enfrentar as quadrilhas e garantir segurança e sossego para os moradores - pois sabemos que a absoluta maioria dos moradores de bairros como Vale das Pedrinhas, Avenida Peixe, Nordeste de Amaralina, Alto dos Coqueiros, Estrada Velha do Aeroporto, Fazenda Coutos e tantos e tantos outros é formada de gente do bem - tenho consciência da imensa dificuldade que é enfrentar bandidos muito mais aparelhados.

 Os marginais perderam o respeito pela autoridade, e tem gente que hoje lembra com saudade de um titular da Sétima Delegacia (a sede fica no Rio Vermelho), cuja presença em qualquer lugar colocava os bandidos em polvorosa.

 Quando se espalhava que o delegado estava chegando, parecia que enfiaram fumaça no formigueiro. Mas, por força dos grupos de direitos humanos, ele caiu em desgraça e não se sabe por onde anda. Hoje, bandido quando não tem nada melhor para fazer sai por aí dando uns tiros e caçando polícia, bastando ver quantos PMs foram metralhados no ano passado.

 Um policial que atua no bairro da Federação comentou numa reportagem que é difícil sair de casa, deixar mulher e filhos para enfrentar bandidos em carros que estão com a pintura nova, mas o motor falhando; com o número de balas regrado e pior: sem uma logística. Neste caso, disse, o jeito mesmo é se proteger. Ele mesmo já participou de mais de dez perseguições e viu o carro ser varado por balas de tal tamanho que só tinha visto em filmes. E já teve de correr do módulo que foi atacado e queimado.

 Garante que toma calmante para dormir e que está fazendo um curso de eletricidade para poder mudar de emprego. Tanto que sai de casa sem a farda que é para não atrair o mal. Farda de PM traz azar.

FUTEBOL E VIOLÊNCIA

Jolivaldo Freitas

 A Policia Militar vai colocar mais de 500 policiais, com 63 patrulhas e 25 guarnições para garantir a segurança durante o jogo de inauguração do Estádio de Pituaçu. Agora, imagine que isso num momento em que o Bahia está na segundona do Brasileirão e trata-se de um jogo de um campeonato sem a menor graça ou emoção.

Pelo que se pode deduzir, o Bahia estar no ostgracismo é até bom, pois se estivesse de bem com a torcida, claro que a violência estaria amplamente implantada nos campos baianos. Futebol é cada vedz mais uma caixinha de surpresa, mas agora nas arquibancadas, ou seja: o torcedor vai ver o jogo e não sabe se volta para casa.

Rally Náutico

 O lançamento oficial do " 1º Rally Náutico da Bahia " acontece dia 21 de janeiro ,às 19h no Salão de Eventos  do Yatch Clube da Bahia. Durante o encontro que une os participantes , donos de embarcações hangaradas no Yatch e na Bahia Marina , o Capitão-de-Mar-e-Guerra Ricardo Luiz de Novaes Moniz de Aragão,  Capitão dos Portos da Bahia faz uma breve palestra sobre segurança no mar , orientando os esportistas sobre o assunto  e o instrutor de náutica Davi Perrone , fala sobre navegação com GPS e char plotter . Serão exibidos filmes de rallies realizados no sul do país.
A competição será dia 14 de fevereiro na Baía de Todos os Santos  obedecendo a regras que consistem entre outras , manter as embarcações  monitoradas via satélite , no tempo certo de partida e de chegada , dando a vitória a quem conseguir  melhor regularidade.Na véspera ,dia 13 de fevereiro, todos os atletas participam de um coquetel nas dependencias do Clube , quando rece berão  as orientações sobre o percurso.

Do Blog de Paixão Barbosa

Por trás da novela
 

Paixão Barbosa

 

A "novela" em torno da Presidência da Câmara Municipal de Salvador, como classificou Suely Temporal no comentário da nota anterior, serviu para apimentar ainda mais este janeiro - mês em que as atividades políticas normalmente entram em recesso - já quente na política baiana pelas eleições na Assembleia Legislativa e na União dos Municípios da Bahia (UPB - a sigla é assim porque antes era Associação dos Prefeitos da Bahia).

 

Os jornais dizem hoje que o prefeito João Henrique já concorda que o vereador Paulo Magalhães Filho (DEM) fique na Presidência. A bem da verdade, desde o início o prefeito tem se mostrado flexível em relação ao fato e aceita que o DEM tome o lugar do PMDB à frente do Poder Legislativo Municipal. Até porque ele tem demonstrado que considera os democratas como aliados e até abriu vagas para a legenda no segundo escalão da Prefeitura.

 

A questão maior é que se o prefeito está pensando na sua governabilidade - e, neste momento, não faria diferença quem preside a Câmara - o PMDB estadual, leia-se o ministro Geddel Vieira Lima e o seu irmão, Lúcio Vieira Lima, pensa em 2010. Pessoas ligadas à cúpula peemedebista tem dito que sequer é a posição de presidente que importa, mas sim a demonstração de força. Perder a posição, mesmo que seja para um eventual aliado futuro, seria demonstrar fraqueza.

 

Sob este ponto de vista, a posição do prefeito não influencia em nada a definição. O que decidirá mesmo são os interesses da sucessão estadual.

 

 

 

Ensaio

 

"A arte da guerra?"

 

 

Como se chama o ato ou a cena de abertura de uma partida de futebol? Pontapé inicial.

 

 Que coisa mais emblemática é o espetáculo começar com um pontapé! E olha que, ao pé da letra, o lance não é lá esses pontapés todos. Não! É um toquezinho leve, protocolar, um passe curtinho de um atleta para outro.  

 

 Por que não o chamam simplesmente 'abertura'? Por que não 'toque inicial', ou 'primeiro ato', ou 'ato inicial'? Por que tem que ser logo pontapé - e nem pontapé ele é? 

 

 Pensemos: se o toque inaugural, leve e inofensivo, carrega essa simbologia de violência, o que esperar de outros lances, outras cenas, outros atos do futebol? "Futebol é esporte de contato físico", dizem narradores, comentaristas, repórteres, cronistas, atletas, árbitros, dirigentes, torcedores.    

 

 Na brincadeira de bola de crianças, na partida de um torneio juvenil ou num amistoso entre veteranos, quando um jogador reclama de uma falta dura, o faltoso sempre retruca, com o peito estufado "Futebol não é pra moça, futebol é pra macho".

 

O futebol parece meter os pés pelas bocas. Os pés de profissionais ou peladeiros soltam chutes, chutões, petardos, pontapés, pancadas, canhões, pauladas. Pela boca, atletas cospem a torto e a direito, xingam juiz, bandeirinha, adversário e até companheiro. "Futebol é assim mesmo!", dizemos já conformados, acostumados.

 

Resignados, fazemos ouvidos moucos aos cânticos de guerra, aos xingamentos que revelam preconceito e discriminação. Conformados, acostumados, resignados, achamos normais expressões como 'corno', 'veado', 'filho da p...', 'vá tomar no...'

 

E o consenso da bola contemporiza: "Ah!, isso faz parte do futebol".

 

 No palavreado do futebol tem-se retranca, time defensivo, time com poderio ofensivo, que joga no ataque, time agressivo. E ela, a violência, se sentindo a dona da bola, a bela do pedaço, toda onipotente, onipresente.

 

Até a regra oficial do futebol traz expressões que evocam violência. Tem o tiro livre, o tiro livre direto, o tiro livre indireto, o tiro de meta, o tiro de canto... É tanto tiro que a coisa mais parece um tiroteio, um bombardeio.

 

Na linguagem do futebol tem chutador, artilharia, atirador, artilheiro e matador. Tem confronto direto, eliminação, campo inimigo. Tem guerra, combate, duelo. E tem ela, a pior de todas as expressões do campo de batalhas: o mata-mata, expressão que significa partida eliminatória (eliminação, neste caso, é igual a morte). Isso, sem falar numa tal 'morte súbita' (veja quadro).

 

 Não há a menor sombra de dúvidas: quase tudo no mundo da bola tem um componente de violência. Atos, fatos, cenas, enredos, papéis, personagens,  palcos e platéias formam um universo de briga, duelo, confronto, guerra, combate, batalha.

 

 

 

Observemos o estádio e o seu entorno! Formam uma zona de conflitos. Tem-se dois lados, duas equipes, duas torcidas. É como se fossem dois exércitos, com seus comandantes e comandados, táticas e técnicas, hinos e bandeiras, escudos e uniformes, heróis e vilões.

 

O palco, que é o campo de jogo, tem a simbologia de uma arena de gladiadores. Às vezes chamam-no campo de batalha. A praça esportiva, ironicamente, é praça de guerra. Nesse filme cheio de tiros e violência, o papel principal é destinado ao artilheiro, que é a estrela, orgulhosamente chamado de herói, ídolo, ou simplesmente matador.

 

 Não se fala mais em goleador, como se dizia antigamente. Hoje, todas as honras e todas as glórias vão para ele, o "matador". No mundo do futebol, a linguagem da violência, da guerra, é algo banal, trivial, normal. No futebol, a morte não causa mais espanto.

 

 

Até numa cidadezinha do Rio Grande do Sul tem gente matando gente por causa do futebol. Após discussão sobre futebol, uma esposa gremista matou o marido colorado a facadas.

 

 Fé cega. Faca amolada.

 

O futebol endeusa e glorifica o "matador".

 

Já o vôlei prefere festejar o "maior pontuador", o "melhor saque", o "melhor bloqueio".

 

No basquete, o destaque não é artilheiro matador, é o "cestinha".

 

O maior ídolo do nosso basquete, Oscar, tem um apelido singelo: "Mão Santa"!

 

 

No vôlei e no basquete não se mata nem se morre.

 

 

 

E olha que, diferentemente do futebol, esses esportes não admitem empate, um tem que perder, outro tem que ganhar.   

 

 

 

As torcidas de futebol? Credo em cruz! Elas são um capítulo à parte!

 

 

 

Comecemos pelos nomes: Fúria, Mancha, Comando, Facção, Gangue, Falange... Suas músicas são cânticos de guerra. Seus símbolos são caveiras, arcos, flechas. Pequenos exércitos preparados para a guerra.

 

 Mas que guerra, cara-pálida?!? O esporte não é coisa do bem? Não é saúde e vida? Por que fazer dele uma guerra? 

 

 O universo do futebol é uma espécie de produto com "defeito de fabricação". O futebol é uma metáfora da guerra. Traz o cheiro, a cor e, sobretudo, a linguagem, o vocabulário da violência - seja dentro, seja fora dos gramados.

 

Marcelo Torres

Jornalista, cronista, baiano, torcedor do Vitória, mora-trabalha-e-se-diverte-em-Brasília - Blog http://marcelotorres.zip.net

Do Blog de Paixão Barbosa

 

Impunidade faz crescer violência

Paixão Barbosa

 
O número de 104 homicídios na Região Metropolitana de Salvador nos primeiros 15 dias de 2009, como revela, em reportagem de hoje o jornal A TARDE, assusta muito. Isto significa a média de sete mortos por dia e já supera, em termos médios, as ocorrências no primeiro mês do ano passado, quando em 31 dias foram registrados 169 crimes, aproximadamente cinco mortos por dia.

 Mas assusta ainda mais quando se verifica que a maior parte desses homicídios está ligada de alguma forma ao tráfico de drogas ou a outras atividades do crime organizado. Porque não se trata de falar mais em sociologia da miséria, mas em como combater este inimigo que cresce e se fortalece à custa da impunidade e da falta de ações eficientes por parte das nossas autoridades. Já se sabe que não basta a repressão policial, mas nem esta acontece de modo eficaz e os traficantes se tornam cada vez mais ousados e violentos.

 Sei bem que falar é mais fácil que agir, mas não custa lembrar que foi com o estímulo da inação e omissão dos poderes públicos que os traficantes do Rio de Janeiro chegaram ao patamar atual, de se declararam "donos" de áreas, nas quais até autoridades têm que pedir licença para entrar. Ainda há tempo de evitar que Salvador chegue a isto. Mas é preciso ação.

Do Blog de Aninha Franco

 

As lamúrias da cidade da Baía

 

Aninha Franco

Milagres, eu conheço poucos: a 9ª Sinfonia criada por um homem surdo; o Moisés de Michelangelo que mora na igreja de San Pietro in Vincola (Roma); o poema Divina Comédia de Dante Alighieri, inventor do idioma italiano; Os Sertões de Euclides da Cunha, delator de que a guerra era genocídio; Os 120 dias de Sodoma do Marquês de Sade, ficção da inclinação humana; e mais um punhado (pequeno) de outros, porque o resto é resultado do trabalho duro a que fomos condenados desde a farra da maça. Sem trabalho, nada prospera. E sem cobrança, não há trabalho. Como existem milhares de funcionários contratados pelos 36 por cento de impostos recolhidos, compulsoriamente, das nossas folhas, bolsas, carteiras e trousses, é passada a hora de cobrar pelo trabalho, aproveitando o começo do ano. A cidade está lamurienta, é o que eu ouço, vejo, percebo, e, ao contrário de há 40 anos, quando o AI-5 não deixava, e, ao contrário de há 20 anos, quando essa relação quase sexual entre os veículos de comunicação e os seus consumidores nem era sonhada, agora tem espaço pra suplicar, pedir, sugerir e exigir sem parar, por e-mail, carta, telefone ou pessoalmente, o cumprimento do dever. É a operação Tamandaré. A Bahia espera que cada um cumpra o seu dever.

Talvez esse hábito de falar por trás, esse nefasto disse-me-disse tenha crescido nesses quatro séculos de não falar, desses três (1549 a 1899), de que quem falou, morreu. Desse século dos 1900 a 1986, metade perdido com ditaduras autoritárias. Mas acabou. Gestores públicos são funcionários privilegiados com salários, carros, motoristas, e um pouco dos vales-tudo que eles criam para eles mesmos, pagos por nós. Quem recebe pra legislar tem que legislar. Quem recebe pra executar tem que executar. Quem recebe pra julgar tem que julgar. Ajoelhou, tem que rezar, e nada de parar as nossas vidas ou as vidas das instituições em nome da burocracia.

Se burocracia servisse pra alguma coisa, não existiria corrupção no Brasil. Reclame e, quando reclamar, lembre de Lady Kate: tô pagano... Lembre, também, que o tempo na casa de Madame Sofia acabou...

Política

Oposição vai à Justiça contra mudanças na eleição da Mesa

             Às vésperas da eleição da nova Mesa Diretora da Assembléia Legislativa, o presidente da Casa, deputado Marcelo Nilo (PSDB), candidato a reeleição, apresentou hoje um aditamento à pauta da convocação extraordinária, publicada no Diário Oficial do Legislativo de hoje, acrescentando o requerimento do deputado Paulo Câmera (PTB) mudando as regras do pleito que acontecerá em 1º de fevereiro. De acordo com o artigo 4º do regimento interno, a eleição para a Mesa, "far-se-á por escrutínio secreto, em um só ato de votação, com tantas cédulas impressas ou datilografadas quantos forem os lugares a preencher, atendido sempre que possível, na sua composição, o critério da proporcionalidade da Representação Partidária". Já o requerimento do deputado Paulo Câmera prevê que a votação seja secreta, mas com o uso do painel eletrônico, que já se mostrou pouco confiável ao revelar resultados de votações secretas na Casa.

             "Vamos recorrer ao Judiciário se o presidente da Casa mantiver esse aditamento à pauta da convocação extraordinária e vamos obstruir as sessões a partir de segunda-feira", assegurou o líder do Democratas, deputado Heraldo Rocha. "Este é um ato imoral e inconstitucional. Mudar as regras às vésperas da eleição revela insegurança e medo do presidente Marcelo Nilo, que não confia na base do Governo. Não vamos permitir essa mudança no jogo para beneficiar quem quer que seja", enfatizou o parlamentar.

             O vice-líder da Minoria, deputado João Carlos Bacelar (PTN), destacou que a medida de Marcelo Nilo é anti-regimental e inconstitucional. "As regras da convocação extraordinária são claras. As matérias são definidas previamente, antes da publicação em Diário Oficial da convocação e no nosso caso, foram acertadas em acordo entre a Minoria, a Maioria e o bloco Independente. Não existe o instituto do aditamento para convocação extraordinária. Essa ação do presidente revela o desespero do governo que não tem confiança em sua base", enfatizou.

             O vice-líder já convocou uma reunião da Minoria com os Independentes para a segunda-feira para discutir as medidas que serão adotadas. "Vamos obstruir a convocação e ingressar na Justiça com Mandado de Segurança. Além disso, vamos mobilizar a imprensa e a sociedade contra essa situação. É muito estranho, às vésperas da eleição, o presidente de um Poder colocar em pauta uma matéria de seu interesse às vésperas da eleição. Isso revela o medo deste governo e a desconfiança em sua base. Isso é problema deles. Não vamos aceitar essa situação de mudar as regras por insegurança", enfatizou Bacelar.

 

Lavagem do Bonfim

Tráfego no Bomfim I

 Para promover a segurança e a fluidez do tráfego na Festa do Senhor do Bonfim nesta quinta-feira (15), a Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador (Transalvador) promoverá alterações no tráfego nas áreas que circundam ou fazem parte do trajeto. A circulação e o estacionamento estarão proibidos durante o cortejo para todos os veículos, com exceção dos que participarão do cortejo, na pista à direita da Av. Lafayette Coutinho (Av. Contorno), trecho entre a Rua da Gamboa de Cima e a Praça Visconde de Cayru, no sentido assim definido, e na Rua da Conceição da Praia, de 0h às 9h. No sentido contrário (Comércio – Cidade Alta) a proibição de circulação e estacionamento se estende das 9h até às 19h.

 

  

 

Tráfego no Bomfim II

Fica proibido o estacionamento de veículos a partir das 0h de quinta-feira (15) na Praça Visconde de Cayru, Rua da Bélgica, Rua Miguel Calmon, Praça Riachuelo, Av. Frederico Pontes, Largo da Calçada, Rua Padre Antônio Sá, Largo dos Mares, Av. Fernandes da Cunha, Largo de Roma e na Av. Bonfim (Dendezeiros).             

 

Sentido Duplo

 Na Av. Oscar Pontes, trecho entre a Rua Estado de Israel e o acesso ao Ferry-Boat, será implantado sentido duplo de tráfego a partir das 9h. No mesmo horário, será interditado progressivamente o trânsito de veículos na Praça Visconde de Cayru, Rua da Bélgica, Rua Miguel Calmon, Praça Riachuelo, Av. Frederico Pontes, Largo da Calçada, Rua Padre Antônio de Sá, Largo dos Mares, Av. Fernandes da Cunha, Largo de Roma e na Av. Bonfim (Dendezeiros). Apenas os veículos com capacidade inferior a 1.000kg (mil quilos) poderão trafegar nas vias de percurso do cortejo. Já as carroças, bicicletas, carros de som e cavalos ao atingirem a Av. Bonfim deverão retornar pela Rua Edmundo Bittencourt.  

 

  

 

Mudanças em Itapagipe

Na Península de Itapagipe ficará proibido o estacionamento e circulação de veículos na Av. Bonfim (altura da Rua Augusto Mendonça), Rua Imperatriz (altura da Av. Bonfim), Av. Salvador (altura da Rua Duarte da Costa), Rua Duarte da Costa (altura da Av. Salvador), Rua Guilherme Marback (altura da Rua Otávio Barreto), Rua Otávio Barreto (altura da Rua Guilherme Marback), Rua Visconde de Pedra Branca/Travasso de Fora (altura da Rua Henrique Dias), Rua Desembargador Ferreira Espinheira (altura da Rua Otávio Barreto), Ladeira do Bonfim, Praça Senhor do Bonfim, Praça Teodósio Rodrigues de Farias e Rua Plínio de Lima, das 08h do dia 15/01 às 04h do dia 16/01; dias 16 e 17/01 (sexta-feira e sábado), das 18h do dia 16 às 04h do dia 18/01 (domingo); e no dia 18/01, de 17h às 04h do dia 19/01.

  

 

Sentido Único

Nos mesmos horários e datas citados acima, terão sentido único de tráfego a Rua Augusto Mendonça e Rua Polidoro Bittencourt (sentido Dendezeiros-Boa Viagem), Rua Visconde de Caravelas (a partir do Largo do Papagaio) e Rua Henrique Dias (em toda extensão), no sentido Ribeira-Largo de Roma. A partir das 08h do dia 15/01 até as 04h do dia 19/01, ficarão proibidos a circulação e o estacionamento de veículos (incluindo carroças, cavalos e bicicletas) na Praça Senhor do Bonfim, Praça Teodósio Rodrigues de Farias, Praça Euzébio de Matos, Rua Porto da Lenha, Rua Visconde de Cabo Frio, Ladeira dos Romeiros, Ladeira Porto Bonfim e Rua Travasso do Meio.

  

 

Descarga e Exceções

As operações de carga e descarga poderão ser realizadas no dia 15/01 até as 7:30h e nos dias 16,17 e 18/01 das 8h às 14h. Os veículos destinados aos serviços públicos (operação de trânsito, bombeiros, ambulâncias, polícia etc.), além de prioridade, gozarão de livre trânsito e estacionamento, quando devidamente identificados e estiverem em serviço. Os veículos não-relacionados deverão obter permissão especial de trânsito na Transalvador. O tráfego voltará à normalidade tão logo a Limpurb conclua os serviços de limpeza. 

 

Corrida Sagrada

 A Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador (Transalvador) promoverá algumas modificações no tráfego durante a realização da Corrida Sagrada, que acontece amanhã (quinta-feira, dia 15), na região da Cidade Baixa. A circulação de veículos será interditada, progressivamente, a partir das 7h, na Rua da Conceição da Praia, Praça Visconde de Cayru, Rua da Bélgica, Rua Miguel Calmon, Praça Riachuelo, Av. Frederico Pontes, Largo da Calçada, Rua Fernandes Vieira, Rua José Martins Tourinho, Largo dos Mares, Av. Fernandes da Cunha, Largo de Roma, Av. Bonfim (Dendezeiros), Ladeira do Bonfim, Praça Senhor do Bonfim. O acesso dos residentes às vias interditadas será assegurado mediante comprovação de endereço através de documento do veículo, contas de telefone, água ou de energia elétrica. O tráfego voltará à normalidade tão logo as condições locais permitam.

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POLÍTICA

 

Democratas ameaça obstruir convocação extraordinária

se regras da eleição da mesa não foram claras

O líder do Democratas na Assembléia, deputado Heraldo Rocha anunciou que o partido irá obstruir todas as votações da convocação extraordinária se as regras da eleição para a Mesa Diretora da Casa não forem definidas de acordo com o que determina o Regimento Interno do Legislativo estadual. A Mesa ontem anunciou que acatou requerimento do deputado Paulo Câmera (PTB), para que os votos dos deputados sejam registrados no painel eletrônico. O Regimento determina o uso de cédulas dado a possibilidade de violação do painel eletrônico. "Há dois meses quando da votação de um título de cidadão, foi sugerida a votação no painel eletrônica que, ao final revelou a votação dos deputados. O sistema não é seguro, tanto que nas eleições da Câmara Federal e do Senado, as votações secretas para eleição da Mesa são feitas com o uso de cédulas", enfatizou Rocha.

 O problema maior, segundo o parlamentar é que a Mesa acatou a indicação do deputado Paulo Câmara, beneficiando o atual presidente, que concorre a reeleição, deputado Marcelo Nilo (PSDB), que conta com o apoio do governador Jaques Wagner e da bancada do PT na Casa. "Essa mudança nas regras da eleição demonstram medo e insegurança do Governo e, principalmente, falta de confiança em sua base. Não vamos permitir essa mudança e e vamos obstruir desde já os trabalhos da convocação extraordinária até que sejam explicitado quais serão as regras da eleição para a Mesa Diretora", enfatizou Heraldo Rocha.

 

Clube Espanhol tem novo site!

O Centro Espanhol da Bahia, localizado em Ondina, está com um novo site na internet. Agora basta acessar http://clubeespanhol.com.br para os associados e o público em geral poder obter informações atualizadas sobre as programações sociais e esportivas do clube da colônia espanhola em Salvador. A reformulação desta ferramenta de comunicação da instituição, que vive um novo momento de recuperação financeira e valorização do seu patrimônio, visa estreitar o relacionamento com os associados e melhor interagir com a sociedade baiana. "Este novo site na Internet é o resultado de um trabalho de equipe e uma realização da nova diretoria. Estamos empenhados em proporcionar o máximo de integração entre o Clube e a sociedade como um todo. Nosso pessoal de atendimento on line está passando por um treinamento de especialização para melhor servir aos associados e freqüentadores. Todos agora podem se comunicar conosco enviando-nos e-mails com sugestões, críticas e opiniões", ressalta Manoel Castro, presidente do Espanhol. Até o final do mês, sempre aos domingos, o Centro Espanhol está oferecendo, das 14h às 18h, um treinamento prático e gratuito para acesso a internet." Nesta primeira fase, o treinamento é exclusivo para conselheiros, seus familiares e membros da colônia espanhola na terceira idade", ressalta Manoel Castro. O Clube Espanhol oferece uma grande infra-estrutura para a realização dos mais diversos eventos e o lazer de toda família, com academia, sauna, piscinas, quadras esportivas, campos de futebol, parque Infantil, salão de jogos, bar e restaurantes.

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Poemas

PIVETE (Delinquent kid) Abandoned Child Elegy   Ernane N. A. Gusmão Salvador, Bahia     "Senhor Deus dos desgraçados Dizei-me vos, Senhor Deus, se eu deliro .. ou se é verdade, tanto horror perante os céus?! ..."                                                                                                                    (0 Navio Negreiro - Castro Alves)       Criminality, nowadays, has been assuming scandalous proportions. People´s security became a mere article of consumption for newspapers. On the basis of social process several distortions of ordinary man´s personality exist, mostly caused by miserable life conditions the poorest classes of society are submitted. One thing is certain: a man does not become bad just because he desires. Social misconduct is deeply rooted to penury, which starts inside womb of an undernourished mother; from the bowels of women without a piece of bread, becoming pregnant but not loved, generating children without care, home and family whose predictable destiny is the criminal underworld. The abandoned child is the scorn of our society; so shameful as human slavery. While problem progressively grows and escapes from control, governmental effectiveness is irresponsibly measured through sumptuous constructions, driven by human vanity. Outsiders seem to be an unworthy and socially loathsome beings. However, an absolute truth must be proclaimed – nobody can expect dignity from misery       Misery no longer moves this town ...   Crazy, alcoholic or both, no one knows. People passing by Terreiro de Jesus yesterday witnessed, horrified, the sad scene: a man lying on the pavement, asleep, while a little child, around two years old, tryed to keep balance stuck to man´s neck. Not far from there, the cars passing, and not even the uncontrolled child´s wailing could wake up the irresponsible man. Nearby, two policemen watching the scene just smiled maybe thinking "there comes another pivete", while a group of street bums gave up of "kidnapping" the child due to presence of our photographer. As Salvador more and more develops the less humane it gets.  (Tribuna da Bahia, November 29, 1985)     Doutor, tenha pena do pivete gente pequena se mete cada bronca de enrascar vivendo pela sarjeta atrás de reles gorjeta para a fome saciar.   Oh sir, please have mercy on such kid cause little people always tend to screw up , be on the skids to appease a hunger that never ends eternally in search of tidbits living in skid rows and streets.   Não sabe nem de onde veio teve ventre sem ter seio que do leite se nutrir e cresceu a duras penas assistindo cruas cenas num barraco por cair.   No one knows his origin and past he had the womb, but not the breast where children are fed with milk and love raised completely deprived watching cruel scenes under falling huts and ruins.   Muitos deles vão a pique. De dez, talvez só um fique em cada safra anual. 0 pivete é o superboy, a sobra viva que dói da seleção social   Many of them will not survive. In the annual crops and harvests among ten, only one will be alive. The boy is now the superboy, becoming the live painful rest of such rough social contest.   Não escolheu vir ao mundo, quanto mais ser vagabundo perambulando ao léu. Dormindo junto as escadas, por debaixo das sacadas tendo as cobertas no céu.   He did not choose to be in this life, sleeping under stairs or balconies he did not choose to be a riff-raff. Loosing and hanging around, he really doesn´t know why his blanket is always only the sky.       Many of them were born right there in a 2 per 2 meter - straw-and - plastic hut, with no kind of refinement like a midwife. Others came from "homes" of Salvador skid rows and now they are members of Malvinas slum´s infantile army, which comprises around 15 thousand children. Idle, potbellied, spotted skin, noses always dripping, lukewarm eyes, and dust covered, these children are absolutely deprived of food, school, leisure, security and dwelling. (Tribuna da Bahia, April 21, 1987, by Jane Katia)     Muitos são novos pequenos, tão frágeis e tão amenos, que nos despertam emoção, quando magrinhos, espertos, se achegam, lábios abertos e nos estendem a mão.   Many are so fragile, so sweet, so little and so young, arousing our feelings to deep, when they slyly come closer, tiny, smartie and naughty with hands open and wet lips.   Outros, são menos franzinos, taludos, mas sempre finos. Fortes, gordos, nunca e nem. E fácil ver as costelas e as dentaduras banguelas pois que dentes não mais tem   Others, are not so fragile, neither attractive nor lean. Brute, corpulent and strong. Their ribs are never seen only a gap-toothed mouth scaring us to the death.   0 cabelo em desalinho, antítese do arminho não conhece pente, não. A pele sebosa fica coberta de tiririca sem nunca ver um sabão.   Disheveled and untidy hair, antithesis of an ermine with fur blowing in the air. Doesn´t know of comb or something soap he has never seen always with oily and filthy skin.   Só toma banho de chuva, não come rnaçã nem uva água bebe sem filtrar. Usa o terreno baldio até mesmo o meio fio pra defecar e mijar.   Shower ... only in the rain, apples or grapes… not even a grain never drink filtered waters. Using dirty vacant lots, sordid curbs and gutters to defecate and urinate.         Minor burnt to death   " .... material authors of murder committed last Friday dawn were identified. A minor sleeping under Cairu Square ´s stairs, nearby Lacerda Elevator, had his body drenched with coal oil and burned. It seems to be an act of revenge performed  by rival gang of street boys. (From newspapers of Salvador, Bahia)     Pivete come na rua sob o sol ou sob a lua qualquer bocado ou farnel, uma sobra de cozinha da lanchonete vizinha, esparramada em papel.   When a pivete eats table is on the streets under the sun, under the moon, biting pieces of something strewed over newpaper sheets, leftovers from a cafeteria´s spoon.   Escola, é o mundo em que vive. Professor, que eu nunca tive, é o pivete maior que traça a regra da turma onde acorde e onde durma cada pivete menor.   The school, is the world he lives. The teacher is the older rough boy, who rules the world and gives a place where to wake up a place where to sleep to every weaker and younger kid.   Nessa encarnada miséria cada um tira sua féria o seu modo de viver. Vai ao fundo, sobe ao pódio, caldeia amizade e ódio curte lutar e sofrer.   From such dark misery everyone takes their own receipts alternates hell and heaven. Melting hatred and friendships, enjoying struggle and suffer creating his own way of living.   Leva a vida a seu jeito tem amigo que é do peito tem inimigo mortal. Pivete que é descuidado acorda imortalizado num fogaréu de jornal.   And thus, he runs the life striking up with too close friends rendering mortal enemies. The one who sleeps carelessly wakes up immortalized by the flames of revenges.     Hundreds of abandoned minors on the streets try to get a job. As they are illiterate their best option is to wash car windscreens for a "dime". They also sell popsicles and peanuts. Others stand nearby supermarkets offering their services as bag carriers or car washers in the park. They can be the "guardians" of your car, just thumb "OK". This type of job or sub job is increasing. Unfortunately the number of children turning to criminal world is also increasing. Dawning. The city´s just woken up. Homeless children, sleeping under marquees, are woken by the noise of cars and buses. Stores open the doors and shop owners chase kids away, and they are forced to try another place to stay. Uncertainty of streets is the place they´ll always find. There´s no other option after all… (A Tarde, January 11, 1989 by André Curvello)     É assim a dura lida em que se cultiva a vida nesse ambiente cruel. Cresce o crioulo enfezado enquanto o moço educado dança o Bolero Ravel.   In this sordid and cruel space grows up the peevish negro while in another place. Unaware of  this existing hell grows up the well educated guy dancing the Bolero of Ravel.   Pára o carro, limusine, bonito como vitrine quando vermelho é o sinal. Acode o pivete ligeiro: – Doutor, eu cheguei primeiro, deixa eu limpar o vitral.   Red signal, a car stops, it´s a beautiful limousine quickly comes the boy. Excited in adrenaline – Hey sir, I´m here first, let me wash your limo glass.   Às vezes, você recusa acha que essa gente abusa nem sequer olha o coitado quando molha o parabrisa e com bucha velha o alisa pra receber um trocado.   Sometimes you want to refuse Cause you feel like being abused you´d rather not look at the face who´s soaping your screen with no grace holding an old and dirty piece of cloth just to receive a single change.     Desassistência, pobreza, indiferença, avareza, ingredientes do mal. E aquele irmão da gente vai ficando adolescente nesse abandono total.   Disregard, greed and avarice, Despise, poverty and indifference, And other words so unspeakable All these ingredients of evil providing to that our " brother" the most abandoned adolescence.       "And here also lives the Captains of Sands´ Leader: Pedro Bala. Early soon he got this nickname, since he was five. Now he is fifteen years old. He has been messing around in Bahia streets for ten years. Never heard about his mother. The father was shot dead. …………………………………………………………. All recognized Pedro Bala´s leadership of the Captains of Sands by right. Since then, the city started to hear about Captains of Sands, the abandoned children living by thefts".  (Captains of the Sands, by Jorge Amado, 1912)     Chega o momento, decerto, em que o solto riso aberto perde a inocência servil. A revolta cala fundo e o pivete enxerga o mundo como um nojento covil.   Here comes the time ,for sure, he loses servile innocence forgets open laugh and heart. Replaced by hate and revulsion and starts to view this world as a disgusting den of iniquity.   Clama a Deus pela justiça mas do céu nada Ihe atiça em sufrágio, o Criador. E o pivete, sem socorro, reverbera: – Eu mato e morro, só me resta o desamor!...   Claiming Lord for justice but Heaven is not responsive all his prayers were in vain. Lost, lonely and helpless reverberates and cries: – I´ll kill, I´ll dye cause all I have  is disdain! …   A revolta clara fica e a falta de eco implica nas atitudes que eu sei. Aquilo que se Ihe nega vai ser cobrado em refrega do pivete contra a Lei.   A clear revulsion prevails as a lousy response to the silent indifference. What was refused to me invoiced with interests will be in my vendetta against society.   0 mundo cão se transforma no viver fora da norma do contexto social, nessa ironia nefasta que o pivete mais afasta e o condena a marginal. The hard life is  now ruled by my own laws and regulations completely off and  outside, from current social context that´s the malign irony of misfits and renegades.         He appeared to be a forteen year boy and his coldness has surprised even the most experienced police officers. The boy commanded seven thieves to rob a bank yesterday afternoon, by intimidating present customers and disarming two guards. While leaving the bank he said ironically: "Thanks and sorry for inconveniences" (A Tarde, November 11, 1986)     Começa a vida do crime da qual jamais se redime por não encontrar solução. No subemprego é "garfado" no desemprego é "safado", solto na rua é "ladrão".   So his criminal life starts with no more solution with no more redemption. Working he was the "scum" unemployed he was a "no-good bum" free on the streets he is a " thief".   Aprende a dar trombadinha enganar almofadinha farejar policial. Cada vez que vai em cana volta sempre com mais gana de vingança pessoal.   Now, he knows much of cheating how to mislead dandies and " chicks" how to sniff cops and police. Every time he is put into jail harder becomes the rage and the wish of personal revenge.   Com o futuro não mais sonha sem ajuda da maconha o pivete não tem vez. Já rapaz ou homem feito, agora não tem mais jeito nem sim, nem não, nem talvez.   No more future or dreams the present is now assured by support of hemp or cannabis. No longer a kid, just a grown man There´s nothing else to say no hope, no place, no way. Matar, roubar, são caminhos ... no seu roteiro de espinhos, as glorias são seu algoz. Passa a viver na maloca sair à noite da toca como um felino feroz.   Killing and stealing is the path in this journey full of thorns, without glories, without pays. Now he lives in a burrow hidden by the night shadows like a trapped wild beast.       Zé Piaba shot dead in the back   "A robber  nicknamed " Ze Piaba" was shot dead  by a 38 caliber bullet. The deadman was identified as J.L.B, 23 years old, ….Probable guess is " file elimination" . Zé Piaba was involved with too dangerous criminals.  (A Tarde, September 24, 1985)       E então... só resta a lembrança do tempo bom, da bonança que já de há muito passou. Das gorjetas nos mercados, dos vidros sujos lavados do sorriso que acabou.   So … only rest the memories from good times of calm seas  a long, long time ago… Great tips at supermarkets, nice cars he had washed laugher is forever vanished.   0 "berro" é o bom companheiro dorme sob o travesseiro... ... não se confia em ninguém. 0 fim da vida está perto na rota do tiro certo disparado por alguém.   Now gun is the only companion who sleeps under the pillow … … doesn´t trust in anyone else.. Death he knows is getting closer today he is the shooting target someone surely will pull the trigger.   Depois do tiro... o transporte ... o passeio após a morte para o Instituto Legal. 0 corpo, ninguém reclama, na geladeira se chama defunto ... número tal.   After the shots ... the transportation ... towards the final destination his dead body no one claims. Even vanished without a trace corpse is now his name And fridge the temporary space.   A cova rasa é o destino daquele antigo menino sem pai, sem mãe e sem lar que da luta sem quartel nos lega o amargo do fel para ao omisso ofertar.   A hollow grave is the final place for this ancient little boy whithout father, mother or face who has accomplished the mission to leave us the  bitter legacy of our shameful omission.         "My parents are alive, but I´m only fond of my mother. My father is in jail. I have 11 brothers and I never go home because of my eldest brother; he doesn´t like me and beats me a lot. When I´m too hungry the bakery´s man gives me some bread. I can write, do you wanna see?" (W.R.N., 14 years old) (A Tarde, January 11, by André Curvello)     Doutor, tenha pena do pivete gente pequena se mete cada bronca de enrascar vivendo pela sarjeta atrás de reles gorjeta para a fome saciar.   Oh sir, please have mercy on such kid cause little people always tend to screw up, be on the skids to appease a hunger that never ends eternally in search of tidbits living in skid rows and streets.             Tradução: Lidia Maia

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