segunda-feira, março 09, 2009


Abandonados pela Transalvador e pela PM

Jolivaldo Freitas

Já estava esquecendo o diabo do carnaval quando vejo uma batelada de ações e programações que não nos deixarão tão cedo descarregar a pilha. Na Assembléia Legislativa vai ter sessão para esmiuçar a folia. Na câmara dos Vereadores vão comer o fígado do prefeito João Henrique por causa de uma péssima analogia que fez entre festa, custo, remédios e merendas e que os adversários querem transformar num fato político sem precedentes.

  Vou aproveitar e colocar pimenta malagueta na discussão. Quero dizer que, apesar de todo investimento que foi feito neste carnaval em que as estrelas e os camarotes faturaram milhões, e a cidade, que é a estrela-mãe ficou chupando osso, muitas cenas de amadorismo ou de desleixo foram registradas.

 Tenho como os holofotes que queimaram logo no início da festa, no circuito tradicional, e não apareceu ninguém para trocar a lâmpada; ou mesmo o emblemático caso do trio que iria levar para as ruas e avenidas - depois de tanto tempo sem espaço decente na festa - os cantores Luiz Caldas e Sarajane e mais algumas bandas, e simplesmente foi impedido, com toda razão, pelo Detran. No trio faltava a "cuíca". Não o instrumento de percussão, mas um equipamento fundamental para o sistema de freio do caminhão. Sarajane, que não vem tendo um bom ano, chorou e Luiz Caldas engoliu a seco.

 

 Mas, o que faltou mesmo foi empenho do pessoal do trânsito. Tanto os trios que saíam no Campo Grande ou que ficavam estacionados num terreno pertencente à família Cunha Guedes, defronte ao McDonalds, na Graça, quando iam ao encontro dos blocos tinham de manobrar sozinhos, com risco para os foliões.

 

  O pessoal da Transalvador ou mesmo os PMs que usam motocicletas não apareciam para dar ajuda. Em qual lugar do mundo uns monstrengos - a exemplo dos trios - que são os caminhões alegóricos, não saem sem batedores. Os trios que saíam do bairro da Graça em direção ao Circuito Barra/Ondina, por falta de batedores da SET ou da PM derrubaram dois postes, quebraram a fiação de outros postes, destruíram as gambiarras e os passeios. Tudo isso apenas na Ladeira da Barra.

 

  Pela total ausência de batedores policiais, os motoristas dos caminhões foram ameaçados por motoristas de táxis que não se conformavam em ter de dar passagem aos trios que desciam ou subiam. A discussão levava tempo, até que, por ventura, passasse um carro da polícia. Teve veículo da SET cujos agentes em seu interior viram de longe, deram ré e escafederam-se. Graças a Deus não aconteceu nenhum acidente grave. Ano que vem as autoridades têm de lembrar: trio, para chegar ao ponto de concentração ou para entrar na avenida, tem de estar monitorado de perto pelos agentes de trânsito. A Transalvador, que ainda insisto em chamar de SET, bem que podia ser multada por falta de discernimento e preparo.

 

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1 Comments:

At 12:13 PM, Blogger anrafel said...

Primeira (única?) lei do Carnaval de Salvador: a probabilidade da Polícia Militar, a SET e a SESP atuarem em algum lugar é diretamente proporcional à quantidade de camarotes e turistas plantados naquele sítio.

 

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