Do Blog de Paixão Barbosa

POLÍTICA & CIDADANIA

 Pituaçu: jeitinho brasileiro em ação

Paixão Barbosa

 Com todo o respeito que merece a torcida do Esporte Clube Bahia, sem dúvida a mais fiel do Brasil, a decisão que se tomou, de liberar o Estádio de Pituaçu por apenas um jogo faz muito mais mal do que bem. Foi uma decisão baseada somente no desejo de não frustrar a grande massa e de não deixar mal as lideranças que têm garantido que haveria o jogo neste domingo, marcando a reabertura do estádio, após uma reforma que se prolongou por muito mais tempo do que o desejado e com custos muito acima dos planejados.

 Afinal, se o Ministério Público está certo e há irregularidades legais, o estádio não poderia ser aberto ao público. O princípio maior, em países dito civilizados, é o respeito à legalidade. Sem isto, não há como punir qualquer pessoa que cometa um crime, pelo princípio do tratamento igualitário. Como dizia meu velho pai, "seo" Laudelino, lá em Coaraci, "onde passa um boi passa uma boiada" e se o local pode ser liberado para uma partida porque não para todas as demais?

 O foco não deveria ser a satisfação da torcida tricolor - e bem que ela merece uma satisfaçãozinha, depois de tantos tormentos - mas sim definir se foram cometidos ou não crimes ambientais, se há ou não estrutura no entorno para suportar um grande afluxo de público e se há ou não segurança para a realização, ali, de eventos esportivos de massa. São perguntas que deveriam ter sido respondidas há muito tempo, o que evitaria estarmos, agora, nesta situação-limite.

 A solução encontrada foi a do "jeitinho brasileiro", que traz no seu bojo a ideia da falsa malandragem nacional e de que a lei só existe para alguns. Depois se queixam de que no Brasil, a impunidade é a tônica. Com exemplos assim, só pode ser mesmo. 

  

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