quinta-feira, setembro 10, 2009


Os vereadores e a zona da Barra

Foi bom para a Barra o Alan Sanches levar para lá, dias passados, a Câmara Itinerante. Mas, ele que ouse não dar vazão aos pedidos que foram feitos pelos habitantes. Mesmo com a cizânia que existe entre as moças da associação com os moradores, parte dos freqüentadores e quase a maioria dos comerciantes. O presidente da Câmara pode comprar uma briga feia, pois o povo da Barra, descendentes de Caramuru e que meteu medo a Tomé de Souza, que só colocou os pés na praia com garantias dos nativos; povo que colocou para correr os próprios portugueses, holandeses e franceses não vai querer ouvir promessa e ficar nisso mesmo.

  Já que Pedro Godinho – que tem ou tinha os votos do bairro – não conseguiu fazer com que o prefeito mandasse retirar os carros dos passeios, desse um jeito de consertar os buracos nos passeios, retirasse os guardadores de carro, ordenasse o trânsito e assegurasse com o governador mais segurança, mais polícia, mais ronda policial e mais módulos, novos vereadores fizeram suas cabeças-de-ponte e agradaram em cheio. Até hoje se comenta que a Barra, a partir de agora, vai receber iniciativas de civilidade. Fala-se até que em cada esquina haverá uma câmera de segurança.

 

  E o ponto principal, que são os ambulantes que vendem drogas, e outros que assediam os turistas de forma abusiva serão extirpados. Eu mesmo estava andando, outro dia e vi e ouvi em apenas cem 100 metros de distância de um para outro, o vendedor de artesanato – colares de penas e argolas de latão –  e um vendedor de fitinhas do Senhor do Bonfim (nem para o santo católico mandar um raio) oferecer alto e bom som a um grupo de turistas italianos:

- Marijuana? Cocaína?

 

   Os italianos aceleraram o passo e entraram num táxi. Mas, outros param para comprar abertamente de dia ou de noite, sem constrangimento. A venda de drogas, todo morador de Barra sabe, acontece no Cristo, no Farol da Barra, numa das transversais de Marques de Leão com a Afonso Celso (rua onde os sacizeiros cheiram crack), defronte ao Hospital Espanhol, na área de embarcações do Forte Santa Maria, perto do Instituto Mauá, no caminho do Yacht Clube e até no largo da Igreja de Santo Antonio da Barra. A polícia não dá baculejo por preguiça.

  

Os moradores da Barra esperam que os vereadores botem pressão no prefeito e no governador para que os problemas pelo menos diminuam. O vereador Paulo Câmara, que caiu nas graças do povo do bairro quando deixou claro, de forma lúcida, sobre a presença da Guarda Municipal não ficar na dependência da construção de um módulo, bem que poderia dar um jeito de acabar com a violência na praia do Porto da Barra.

 

    Semana passada uma criança de apenas três anos levou uma bolada de frescobol no ouvido. A criança desmaiou e a mãe também só de ver a cena. Levaram as duas para uma emergência. Num domingo não tão distante capoeiristas que sempre se exibem na beira do mar deram saltos e mais saltos até que atingiram o rosto de um garoto que estava com a família paulistana. Rasgou a cara. Os capoeiristas foram saindo de fininho enquanto os banhistas providenciavam socorro. Meia hora depois estavam lá dando rabo-de-arraia de novo.

 A situação é tão vexatória e sem lei no Porto da Barra que até os turistas argentinos já se enturmaram e estão jogando futebol e frescobol com os baianos. E não adianta chamar os PMs no módulo que eles não sujam os pés de areia nem pagando (???). Paulo Câmara que é o novo padrinho do bairro bem que poderia pedir para que a Guarda Municipal colocasse uma dupla na areia para impedir o baba e o frescobol. Já é mesmo proibido (antigamente tinha até placa informando). Falta só policiamento. Os nativos e os turistas agradecem. E os vereadores, com certeza, não serão esquecidos.

 

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