segunda-feira, fevereiro 02, 2009




  O que está acontecendo na cultura baiana?
   O secretário de Cultura Márcio Meirelles está vivendo o seu inferno astral desde que assumiu a função já no início do governo Wagner, pelo que se comenta até hoje, por indicação da belíssima mulher do governador, primeira-dama que não me canso de admirar, chegando a babar, quando vejo suas fotos, lá dela, nos jornais (a Fátima bem que poderia estar hoje dando um colorido maior no BBB9, já pensou?), mas aí é outra história e voltemos ao cerne da questão.
  Não conheço bem o secretário Márcio Meirelles, mas lembro de uma raríssima vez que falei com ele, de forma rápida e não lembro onde - isso bem antes dele se envolver com política partidária e com gestão pública - e me pareceu um cara centrado, educado, sem vaidade. Hoje todo mundo que conheço - e pode acreditar que virou uma unanimidade - que atua na área cultural, diz que ele foi tomado pela síndrome da mosca a zul. Não acredito. Acho que deve ser intriga, inveja, queixume.
  Nunca escrevi a respeito do assunto, por não levar a sério as críticas que ele recebia; por saber que todos aqueles que não estão sendo beneficiados pela Secretaria da Cultura só têm mesmo queixas a fazer. E, durante todo este tempo venho tentando mais observar que imiscuir. Ocorre, entretanto, que aquilo que as pessoas vinham falando, a cada dia encaixa-se como uma peça do mosaico.
  Agora mesmo recebo email enviado por um produtor cultural - diga-se, de passagem, que sempre atuou na esfera privada; nunca recebeu benesses do carlismo, nem do robertismo, sequer do lomantismo, nem do soutismo e muito menos desta administração wagneriana. O que o homem contrariado, relata, da falta de ação da Secretaria de Cultura, é de preocupar todos nós que cuidamos, nem que seja na base da crítica ou sugestão, da cultura baiana.
  O missivista pergunta: "O que será que está acontece ndo entre as paredes dos organismos gestores da cultura baiana?". E ele se mostra bastante preocupado, citando a saída do gestor do Fundo de Cultura, Paulo Henrique de Almeida.  Parece que ele e toda sua equipe foram pressionados, assediados moralmente e postos para correr. O mais preocupante é que o novo gestor passa a ser o chefe de gabinete de Márcio Meirelles, e não é tampão. Chegou para ficar.
  Conversei com um jornalista que já trabalhou com Márcio Meirelles e pedi sua opinião. O homem me disse na lata:
   - To fora! Me inclua fora desta.
  Procurei um artista plástico que me disse que o secretário faz certo quando tenta acabar com as benesses que somente eram conseguidas por um grupinho ligado ao carlismo. Desse grupo eu já tinha ouvido falar. Era sempre o mesmo que conseguia verbas para fazer peças, expor, etc. Pelo que me diziam até mesmo o Fazcultura funcionava na base de cartas marcadas. O mesmo artista plástico salientou que o erro do secretário é que tirou um e botou outro. "Ou seja: continua-se a mamar nas tetas, mas com renovação carismática", riu o expressionista.
  Acho que o secretário para sair do seu inferno astral - e eu continuo acreditando que ele está mesmo querendo fazer o bem, sendo um paladino da justiça e que devem estar colocando cascas de banana em seu caminho - deveria vir a público explicar a mudança drástica no Fundo de Cultura e em tantos outros órgãos que vêm sendo abalados gradualmente. Dizer qual o objetivo final das ações de retaliação, banho-maria, geladeira, esquecimento, limbo ou degolas.
  O secretário está ficando cada vez mais só. Foi sintomático, durante a festa da posse do poeta e dramaturgo Antonio Lins, na presidência da Fundação Gregório de Mattos, na semana retrasada, no Centro Cultural da Câmara dos Vereadores, quando ele chegou e ninguém, nenhum intelectual ou artista deu bola. Não teve direito a falar. Entr ou mudo e saiu calado. Não recebeu nem um tapinha nas costas. Parecia que estava com lepra. Mas, confio que o secretário deve ter um objetivo em prol da cultura baiana. Não é possível que não tenha ou que queira só tomar e dominar os espaços, como garantem seus detratores.
  Tanto que acabo de deletar os emelhos acusatórios. Só quero ver.

   Jolivaldo Freitas é escritor e jornalista

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2 Comments:

At 8:23 PM, Blogger Ronaldo Esteves said...

Acredito que a questão de Márcio Meireles é incompetência mesmo. Tem gente com aptidão para administrar; outros, não. Em dois anos, diga uma realização cultural de Meireles, ainda que imaterial: uma grande peça, um filme, um livro de alto gabarito, um novo grupo de teatro, o resgate das filarmônicas? É o não-nada. Se havia mamatas - e devia haver - cadê os nomes aos bois, inclusive o teatro que ele é dono - o Vila Velha - mantido pelo dinheiro do FazCultura nos anos do carlismo. Como se mantém o Vila Velha hoje? Antes, era roubo. Agora, é o quê?

 
At 8:28 PM, Anonymous Anônimo said...

Sou funcionário da Secretaria de Cultura e, por motivos óbvios, fico no anonimato. Tenho estabilidade na função e posso dizer: nunca vi um secretário tão vaidoso e bossal como Márcio Meireles. E a secretaria é um ninho de baratas-tontas. Reuniões e mais reuniões para não dar em nada.

 

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