Jolivaldo Freitas: Do blog de Paixão Barbosa

POLÍTICA & CIDADANIA

06/12/2008

PT e PMDB num jogo de gato e rato

Paixão Barbosa

Aliados desde 2006, PT e PMDB entraram numa espiral turbulenta de fatos que os levaram a ficar em posições contrárias na Bahia, a partir das eleições municipais, quando as alianças formadas nos municípios desagradaram aos dois lados. O pior é que, em vez de, passadas as eleições, o clima voltar ao normal, com as lideranças conversando abertamente sobre os problemas e procurando formas de uma convivência proveitosa para as duas legendas, pelo menos até 2010, criou-se um clima de tensão permanente e deu-se início a um jogo perigoso para ambos.

Passado o embate eleitoral, PMDB e PT já anunciaram estar em lados contrários nas eleições para a Presidência da Assembléia Legislativa e para a União dos Prefeitos da Bahia. Em meio a isto, o PMDB criou uma pressão com o artigo publicado em A TARDE, quando o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) deu um puxão de orelhas nas lideranças petistas. E, agora, o PT toma a iniciativa de colocar os cargos que ocupa no governo estadual à disposição do governador, de forma extemporânea e que só pode ser entendida como uma resposta enviesada ao artigo do ministro.

É claro que Lúcio Vieira Lima (presidente regional do PMDB) e Jonas Paulo (presidente regional do PT) sabem que os cargos estão sempre à disposição do governador e que cabe a este decidir quando irá pedi-los. Mas fazem um jogo, que pretendem estratégico, mas fica mais parecendo a história do gato e rato a perseguir-se sem fim, na tentativa de criar pressões e constrangimentos "do outro lado".

Garanto que seria bem mais produtivo se as duas legendas estivessem a agir mais às claras, com declarações sem ambigüidades e trabalhando juntas para os interesses da população. A disputa faz parte do jogo político e o propósito é mesmo impor-se ao adversário, mas este caso baiano já está ficando repetitivo e a população não pode ficar como espectadores de partidas de tênis: ... olha prá cá, olha prá lá...

É preciso seguir em frente.