domingo, maio 18, 2008


A Barra agoniza e clama por socorro

Lena Lebram

Pobre menina rica esta Barra, que assistiu em décadas passadas o desfile da gataria da época e o início de namoros, - alguns se tornaram casamentos que duram até hoje – o vai-e-vem dos carros recém lançados, e os modelitos e penteados caprichados para o programa de fim de tarde. Tomou milk shakes, dusty millers e cocos espumantes no bar Oceania. Testemunhou clo nes de James Dean exibindo sua rebeldia. Hoje, o percurso a pé que se inicia no estacionamento do clube espanhol e vai até o forte de São Diogo, desperta uma triste reação: luto fechado! No estacionamento, a pavimentação sumiu. Foi substituída por poças grandes de água lamacenta. A má condição da (des) calçada segue até o fim do percurso: ora falta pavimentação, ora meio-fio, ora é o desnível do solo ou raízes de árvores sem manutenção que impedem a caminhada, tão recomendada por médicos de qualquer especialidade. Esgotos a céu aberto despejam seus detritos à esquerda do Farol da Barra, enquanto em frente a este outrora cartão postal da cidade, o caos impera. Grama inexistente, lama abundante e vendedores ambulantes, idem. Não tendo onde estacionar, ônibus de turismo invadem o espaço dos transeuntes. A insegurança é total: quem é o marginal e quem será a vítima? O Forte de Santa Maria tem seu estacionamento tomado por poças imensas e fétidas, além dos containers de todo o lixo da região. O calçadão em frente ao Instituto Mauá , loja que deveria ser um imã para o turista, é uma tristeza: o espaço, que deveria acolher bares, artesanato, cafés e afins, abriga a ruína de um posto policial em meio à sujeira e abandono. Ah, que lástima para a população e que imensa vergonha dos turistas, que em suas terras nos brindam com cidadania e segurança!!!

Lena Lebram é jornalista e escritora

 

 

 

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