sábado, maio 10, 2008


Artigo



JOLIVALDO FREITAS

 O Estado tem obrigação de oferecer educação gratuita e de qualidade. É para isto que os trabalhadores pagam impostos de forma direta e indireta. Na prática não é o que acontece. A escola pública está cada vez pior, e não tem adiantado criticar, denunciar ou dar dichote. A educação no Brasil é das piores do mundo.

Nossos professores não estão qualificados, e os alunos entregues na mão de Deus.

O professor tem se mostrado relapso e quem o coordena demonstra não ter aptidão, parecendo que são pessoas que não deram certo em algum lugar e foram encaixadas de qualquer jeito. Fugindo do ensino público, que é verdadeiro atraso de vida, é que os pais optam pelas escolas particulares.Mas, estas também deixam a desejar. Todas niveladas por baixo. Houve um tempo, antes dos anos 60, que estudar em escola privada era ser taxado de burro. Lembro dos alunos do Iceia pirraçando os colegas de uma escola particular, cantando: "Colégio Anísio Melhor, entra burro e sai pior". Era uma vergonha. Todos sabiam que ali estavam garotos que tiveram dificuldades em passar de ano. Tanto que a pecha era: Pagou, passou! O tempo foi-se, as escolas particulares ganharam status, mas agora já voltaram a perder.

Hoje são raros os colégios particulares que têm o respeito dos alunos e dos pais, por sua excelência.

Pais e mães estão enlouquecidos. A avaliação média dos alunos, com raras exceções,está abaixo da crítica. Os professores se queixam que os alunos não prestam atenção. Os alunos se queixam da falta de paciência dos professores. O estresse é de todos.

Os pais estão pagando caro, mas não vêem resultado. Aqueles que se queixam são vistos como pessoas chatas. Um caso emblemático é da mãe que procurou a coordenadora de tradicional escola para dizer que achava estranho o fato do seu filho, que gostava da matéria, estar mal em matemática e mostrava a média dos colegas, também baixa. A coordenadora disse apenas "não acredito!". Sequer foi tratar do assunto com a professora. Uma mostra que colégio não é mais lugar de aprendizado.

É um rally.

Com isso os pais estão buscando uma terceira via, que é o reforço escolar, antigamente batizado de "banca". Quem paga colégio caro se estrepa ainda mais com o reforço, sendo este uma prova cabal que a escola, como um todo, não cumpre sua função precípua.

Trata-se de mais um gasto injusto. Culpa da falta de profissionalismo das escolas, que contrata qualquer um e que viraram caç a n í q u e i s.

O pior é que não se sabe de uma ação concreta por parte do Conselho Estadual de Educação.

Este deveria procurar, escola por escola, tanto nas públicas como privadas, saber a quantas anda o desenvolvimento do alunado.

Como está é que não pode ficar. A educação está uma droga. E toda droga é prejudicial, mesmo quando se trata de remédio.

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