Proliferação de igrejas evangélicas em Angola

Os deputados da 6ª Comissão, que trata, entre outros, dos Assuntos Religiosos, reuniram-se ontem,em Luanda, com representantes dos ministérios da Cultura e da Justiça para analisarem o fenômeno religioso que o país vivencia. Dominaram os objetivos do encontro, a proliferação de seitas e organizações religiosas e o caso particular da Igreja Maná, cuja autorização para realizar as suas atividades no país foi revogada recentemente pelo Ministério da Justiça.

A Igreja evangélica Maná em Angola, suspensa no fim de Janeiro por decreto-lei do Ministério angolano da Justiça, pode reabrir as portas aos fiéis se "reunir os pressupostos legais" e requerer novamente o reconhecimento oficial. O problema é que dezenas de novas organizações religiosas vêm sendo criadas, sem controle. Na maioria dos casos, os chamados "pastores" são pessoas que montam a igreja no quintal da própria casa e conseguem atrair adeptos.

    A maior força evangélica em Angola, hoje á a Igreja Universal do Reino de Deus – IURD, que, assim como no Brasil, possui uma mega-estrutura de templos. Num país em que ainda se luta contra a punição com a morte de pessoas consideradas "feiticeiras", incluindo-se aí até menores "diferentes", a questão religiosa ganha uma dimensão preocupante. No ano passado mais der dez pessoas morreram em Angola, imoladas, sob a acusação da prática de feitiçaria. Um aluno, com oito anos de idade, de escola pública, foi morto a pancadas, pelo professor, que o acusara de ter sido vítima de uma praga rogada.