quarta-feira, dezembro 05, 2007


Comércio ilegal de tabaco

MONTEVIDÉU, Uruguai, -- Representantes de 35 países irão se reunir em Montevidéu,
 Uruguai no dia 5 de dezembro de 2007 para reunir conhecimentos e compartilhar 
habilidades relacionadas ao comércio ilegal de tabaco -- um crime 
global que contribui com os altos índices de doenças e mortes 
relacionadas ao tabaco, que ajuda a financiar grupos terroristas e 
que rouba bilhões de dólares do governo em rendimentos.
    A reunião de representantes da Região do Continente Americano, em 
dezembro, é uma conferência com a função de preparar a próxima 
reunião em Genebra em fevereiro de 2008, ocasião em que representantes 
de 151 países começarão as negociações referentes ao protocolo 
internacional para eliminar o comércio ilegal de tabaco. Combater o 
comércio ilegal é uma cláusula importante do primeiro tratado mundial 
de saúde pública internacional, a Convenção-Quadro para o Controle do 
Tabaco (FCTC) da Organização Mundial da Saúde.
    "O protocolo de comércio ilegal complementará a FCTC com base nas 
cláusulas gerais incluídas na Convenção, facilitando a cooperação 
internacional e apresentando cláusulas específicas que os países 
devem implementar se levarem a sério a redução do tráfico de tabaco", 
disse Laurent Huber, Diretor da Aliança da Convenção-Quadro para o 
Controle do Tabaco.
    A Aliança da Convenção-Quadro, uma aliança internacional de centenas 
de organizações não-governamentais criada para apoiar o 
desenvolvimento, a ratificação e a implementação da FCTC está 
estimulando os governos a incluírem as seguintes cláusulas no 
protocolo de comércio ilegal:
 
    -- Um sistema internacional de rastreamento e detecção de produtos 
relacionados ao tabaco;
    -- Medidas contra lavagem de dinheiro;
    -- Marcas e códigos em embalagens, caixas de papelão e recipientes; 
    -- Um sistema de registro de informações para todas as importações e 
exportações de produtos relacionados ao tabaco;
    -- Obrigações para que os fabricantes de tabaco controlem sua cadeia 
de suprimentos, com penalidades para os que não conseguirem fazer 
isso; 
    -- A condenação da participação, sob várias formas, no comércio 
ilegal;
    -- Maior cooperação internacional no compartilhamento de informações 
e acusação de transgressões.
 
    "O contrabando, a falsificação de cigarros e a fabricação ilícita de 
produtos relacionados ao tabaco é um problema transnacional que 
exigirá participação internacional em um sistema completo. Os países 
que participam da elaboração deste protocolo histórico de comércio 
ilícito têm muito em jogo -- e muito a ganhar", disse o Dr. Eduardo 
Bianco, especialista internacional na política de controle do tabaco 
e porta-voz da Aliança da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco.
    Em 2005, em toda América Latina, foi estimado que a participação do 
comércio ilícito no mercado alcançou 20 por cento das vendas totais, 
ou seja, o equivalente a 295 bilhões de cigarros. (1) Cigarros 
contrabandeados, falsificados e fabricados ilegalmente são vendidos a 
menores preços que os produtos legalizados, diminuindo a média de 
preços, aumentando o consumo -- particularmente entre crianças e 
populações mais pobres -- e contribuindo para o maior consumo e 
maiores índices de doenças e mortes relacionadas ao tabaco.
    O comércio ilícito de tabaco retira dos governos um valor estimado de 
40 - 50 bilhões de dólares em rendimentos que são uma fonte de fundos 
cada vez mais importante para o controle do tabaco e outros programas 
de saúde pública. (2)
    Estima-se que o tabaco contribui atualmente para a morte de cinco 
milhões de pessoas ao ano no mundo todo. E o número de vítimas está 
aumentando: A Organização Mundial da Saúde prevê que o número anual 
de mortes causadas pelo tabaco quase dobrará em 2025 se os índices 
atuais continuarem. (3)
    Além das conseqüências econômicas e à saúde pública, o comércio 
ilegal do tabaco apresenta uma ameaça significativa à segurança. Há 
evidências de que o comércio ilegal de produtos relacionados ao 
tabaco é realizado por grupos criminais transnacionais e de que o 
dinheiro ganho com o comércio ilegal do tabaco é utilizado para 
financiar outras sérias iniciativas criminais, inclusive operações 
terroristas. (4)
    "As nações do continente americano trabalhando juntas no Uruguai esta 
semana estão tomando um passo importante para proteger suas 
populações das terríveis conseqüências causadas pelo comércio ilícito 
do tabaco sobre a saúde pública, a segurança nacional e a 
estabilidade econômica de seus países", disse Bianco.
 
    A Aliança da Convenção-Quadro é composta de quase 300 organizações 
que representam mais de 100 países no mundo todo. Foi criada para 
apoiar o desenvolvimento, a ratificação e a implementação da FCTC da 
OMS.

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