quarta-feira, novembro 28, 2007


Pólo industrial de Camaçari perde

Apesar de faturar R$14 bi por ano, complexo enfrenta risco de perder investimentos

 

Na próxima semana o Pólo industrial de Camaçari comemora 30 anos, mas ao que parece a data não será comemorativa, ao menos no que diz respeito a infra-estrutura e competitividade do local. Para discutir sobre a questão a Comissão de Infra-estrutura Desenvolvimento Econômico e Turismo presidida pelo Deputado Júnior Magalhães, realizou audiência hoje na Assembléia Legislativa da Bahia. Estiveram presentes o presidente do Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic), Manoel Carnaúba; Superintendente de Indústria e Mineração (SICM), Antonio Carlos Matias; representante da Bahiagás, Celestino Boente; diretor executivo da Associação de Usuários dos Portos da Bahia (Usuport), Paulo Villa, além de representantes de algumas empresas do complexo, como Taminco, Dupon, Elequeiroz, entre outras.

O pólo corresponde hoje a 30% do PIB baiano, oferece 13 mil empregos diretos e tem um faturamento anual de R$ 14 bi por ano.  Conforme o presidente do Cofic, Manuel Carnaúba, no entanto, o pólo tem perdido concorrência e investimentos para outros estados devido à precariedade de sua infra-estrutura. Problemas como volume acumulado de dívidas, logística, demora no fornecimento de gás, e formação de mão-de-obra foram citados como as principais causas. "Não dá para continuar vivendo no Brasil com essa guerra fiscal. Temos diversos problemas e hoje um centavo de dólar faz toda a diferença. Se não tivermos investirmos em tecnologia de ponta não teremos condições", sintetizou.

Conforme o diretor executivo da Associação de Usuários dos Portos da Bahia (Usuport), Paulo Villa, aspectos de infra-estrutura deviam ser primordiais para se pensar na expansão e concorrência do pólo. "Os navios mudaram de tamanho, mas nossos portos têm a mesma estrutura de 40 anos ou mais", disse. Villa citou também o prejuízo, que chega a R$ 33mi por ano, por conta da espera que os navios enfrentam nos portos. 

A falta de segurança no local também é uma das preocupações dos empresários. O deputado Júnior Magalhães aproveitou para lembrar de um projeto de polícia especial para o local que havia sido aprovado em março de 2006, mas que não entrou em vigor.  Conforme o superintende da Cofic, Mauro Guimarães, o Cofic disponibilizou R$ 600 mil, mas o projeto não saiu. "Estamos terminando o ano e perdemos isso por falta de agilidade dos órgãos competentes", disse.

 

 

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