quinta-feira, novembro 22, 2007


CIRO GOMES CRITICA O FMI

Jolivaldo Freitas
de Luanda
O ex-ministro (Fazenda e Infraestrutura) Ciro Gomes esteve ontem nesta cidade, onde proferiu palestras para empresários brasileiros e angolanos e garantiu que "olhando pelo retrovisor, o Brasil vive hoje o melhor momento da sua economia, com impactos sociais já perceptíveis dos últimos 25 anos em todos os números".
Ele afirmou que o Brasil teve um crescimento médio da economia de 2,3 por cento ao ano e que o governo Lula está trabalhando este ano em torno dos 5 por cento, "a inflação brasileira é a menor da história".
Ciro Gomes fez questão de observar que a inflação está contida (em menos de 4 por cento); que a proporção da nossa moeda com o dólar, o câmbio, que mesmo depois do Plano Real chegou a 4 reais por um dólar, hoje está em 1,74 por dólar; a taxa de juros que ainda é muito alta, mas é a mais baixa dos últimos 25 anos.
- Acabamos de criar, no Brasil, cerca de 9 milhões de empregos formais nos primeiros 4 anos do Governo do presidente Lula, hoje temos uma taxa de desemprego que desceu dos 14, 5 por cento para 9 por cento, ainda muito alta - enfatizou.
Ele chegou dizendo que não daria fórmulas para crescimento de Angola, mas foi logo afirmando que o país precisa manter um alto nível de poupança interna, investimento maciço em desenvolvimento e melhoria do nível de investimento no homem.
Também chegou batendo forte no FMI ao dizer que:
"Na minha opinião, tem melhorado discretamente, mas costuma ser um desastre técnico porque são absolutamente serviçais, do ponto de vista intelectual, de um conceito internacional que é muito tosco. Eles acham que têm uma receita de bolo que funciona em qualquer lugar. E eles causam estupidez".
Em sua opinião o FMI deveria ser chamado às suas responsabilidades pelo que considera crime o que ocorreu com a Argentina, quando em todas as etapas o Fundo estava lá, dizendo que aquele era o caminho correcto.
"A Argentina se desindustrializou, colapsou a sua estrutura produtiva, esterilizou o seu sistema financeiro, a poupança popular, e levou a uma crise institucional que a presidência era oferecida de qualquer forma e ninguém queria ser presidente:
- E o FMI, na véspera estava a dizer que aquele era o caminho. No Brasil eles foram absolutamente conservadores. É bem verdade que, no Brasil, assumimos dezenas de compromissos com o FMI ao longo da nossa história recente.
O receituário era sempre a mesma tragédia e o Brasil, na prática, não cumpriu com todos os acordos. Talvez por isso não tenhamos ido ao fundo do poço, como a Argentina foi - explicou.
Para Angola, em sua avaliação, não será o FMI a ditar o melhor caminho.

______________________________________________________________________

1 Comments:

At 7:59 PM, Blogger Jolivaldo F. said...

Sumiu a previsão do tempo - com chuva pra Chapada Diamantina!

 

Postar um comentário

<< Home