BÚFALO E LACRAU: PRISÃO EM ANGOLA

No auge da guerra civil angolana - no final do século passado - um exército de mercenários angolanos denominado de Comando Búfalo formado por homens altamente preparados, foi formado e passou a prestar serviço para a África do Sul, que apoiava a Unita, de Jonas Savimbi. Eram soldados sem medo que faziam tremer as hostes do governo.

A guerra acabou, a paz voltou a Angola e nunca mais ninguém ouviu falar dos Búfalos.

Mas hoje a surpresa foi que a polícia descobriu que um dito general de brigada de nome Lacrau Ngola Yetu, estava em plena capital Luanda, recrutando homens para a formação de um exército de quase 10 mil soldados. Eles passariam a pertencer às Forças Armadas de Segurança Estratégica de Defesa de Angola (Faseda). Lacrau também se considera presidente do Partido da Unidade do Povo de Angola (PUPA).

Durante a operação, foram apreendidas sete armas de fogo (três AKM, duas Sterlings, uma Uzi, uma Star), 16 sabres com bússolas, três carregadores, 36 munições diversas, vários pares de uniformes em uso nas Forças Armadas Angolanas, entre os quais seis de oficiais generais e dois computadores.

O problema - que era imenso num país que saiu recentemente de uma guerra fratricida, ganha um perfil mais inusitado quando a polícia garante que o suposto exército cobrava de 60 a 100 dólares (de quatro mil a 10 mil Kwanzas) para o interessado em ser do Comando Búfalo.

E mais inusitado ainda: o "soldado" já entrava como capitão