quarta-feira, outubro 17, 2007


LULA TENTA SEDUZIR ANGOLA PARA BIOCOMBUSTÍVEIS

O presidente Lula chega hoje, no final da noite, a Angola.
Ele quer convencer os angolanos que se o país apoiar o Brasil naquilo que chama de "revolução dos biocombustíveis", só tem a ganhar. Vai proteger o ecosistema e sair da miséria. Numa entrevista exclusiva, via e-mail para o jornalista José Ribeiro, do Jornal de Angola, da qual participei com algumas perguntas, ele diz que
"a experiência brasileira deixa claro o potencial do etanol como resposta ao desafio de compatibilizar a proteção ambiental - pela redução na emissão de carbono - com a segurança energética, ao democratizar o acesso a fontes alternativas e sustentáveis de energia- Ademais, apresenta grande potencial de geração de empregos e rendimento, sobretudo em regiões rurais deprimidas".
O presidente Lula que esteve hoje na África do Sul, com o mesmo discurso, relativiza a experiência do Brasil, considerando que não é replicável de forma automática em todas as partes, por ser fundamental ter presente as condições locais de clima, de solo e de disponibilidade de água. Mas, acredita que Angola tem mesmo de se juntar aos seus esforços.

Ele rejeita as acusações de que os biocombustíveis promovem a degradação ambiental ou ameaçam a segurança alimentar do mundo. A respeito de denúncias de que a cana-de-açúcar estimularia o desmatamento de floresta nativa, diz:


"a verdade é que no Brasil a expansão dessa lavoura dá-se sobretudo em pastagens previamente degradadas, com a vantagem de que ajuda a recuperá-las.

Sendo assim não está a deslocar a produção de alimentos. A fome no mundo não decorre da falta de alimentos - os quais existem com sobras - mas da falta de renda".


Lula garante - e isso vai dizer amanhã às autoridades angolanas -, que no Brasil estamos a ampliar a produção de biocombustíveis ao mesmo tempo que cresce a oferta de alimentos, inclusive para a exportação. Sem falar que o ritmo de desflorestamento na Amazônia, conforme sua planilha, caiu em mais de 50% nos últimos três anos.


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